Ações de alguns setores continuam comandando o rumo da bolsa nesse período de indefinição política. Estão em alta os papéis de companhias exportadoras, embalados pela escalada do dólar, e em baixa as de empresas estatais, alvo da desconfiança dos investidores pelo possível uso político delas pelo novo presidente.

O mercado de ações está com o pregão esvaziado, sem indicação de tendência, que deve ficar mais clara apenas com a definição eleitoral e a divulgação de nomes que formarão a equipe do novo governo, estimam analistas.

Os papéis com maior valorização este ano na bolsa paulista são os de empresas exportadoras, que têm tirado proveito da alta do dólar. Quanto mais elevada a cotação do dólar, mais reais elas recebem nas vendas ao exterior. Fazem parte do time de exportadoras que estão em alta na bolsa, entre outras, a Gerdau, Aracruz, Vale do Rio Doce, Votorantim Celulose e Papel e Siderúrgica Tubarão. O analista da corretora Ágora Álvaro Bandeira acredita que essas empresas manterão o desempenho.

A aposta se estenderia também às demais ações, num período entre seis meses e um ano, se houver melhora do cenário doméstico e externo. Nesse caso, Bandeira projeta uma retomada de valorização da bolsa, em especial das ações que mais recuaram este ano, como as de empresas estatais e do setor de telecomunicações.

Um cenário mais favorável à reação das ações combinaria uma queda dos juros e perspectiva de crescimento mais consistente da economia. Juro mais baixo reduz o ganho da renda fixa, que perde competitividade diante da bolsa, e amplia a produção de empresas, com valorização de suas ações.

Por enquanto, a instabilidade deve continuar predominando no pregão. O economista Hugo Penteado, do ABN Amro Asset Management, diz que não é hora de entrar na Bolsa. Ele comenta que o mercado de capitais brasileiro ainda é incipiente, o que favorece a volatilidade e atuação apenas de grandes investidores.

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