O diretor de competitividade da Abimaq, Mario Bernardini, disse nesta quarta-feira, 31, que aguarda um “certo anticlímax” após a confirmação do impeachment de Dilma Rousseff, o que deve causar moderação do otimismo dos investidores com o governo de Michel Temer. Segundo Bernardini, se antes a atuação do Executivo era comprometida pela interinidade, agora a dificuldade passa a ser a aprovação de medidas no Congresso por um governo sem lastro em votos.

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“Temer não fazia nada porque, como se dizia antes, era interino. Agora, continuará sem fazer nada porque seu governo não teve 54 milhões de votos nas urnas”, afirmou o diretor da Abimaq durante apresentação à imprensa dos resultados da indústria de bens de capital no mês passado.

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Por conta desse ceticismo sobre a capacidade do novo governo em avançar nas propostas colocadas pela equipe econômica, Bernardini disse não crer numa avalanche de capital estrangeiro em direção ao Brasil após o impeachment. “Não creio que venha um tsunami de capital”, disse o diretor da Abimaq, acrescentando que vê como mais provável o dólar subir para R$ 3,30 do que cair para 3,00.

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“O câmbio vai depender mais da dona Yellen (Janet, Yellen, presidente do Federal Reserve) do que do seu Goldfajn (Ilan Goldfajn, presidente do Banco Central do Brasil)”, assinalou Bernardini ao explicar a expectativa de que o aumento dos juros nos Estados Unidos influencie mais a cotação do dólar do que fatores ligados à política econômica doméstica.