Se o setor da construção civil de Curitiba já vinha dizendo que não passava mais por nenhuma crise, os números vêm confirmando o discurso. Pelo menos no que se refere aos dados do emprego formal.
Em julho, o saldo de postos de trabalho (o número de trabalhadores admitidos menos os demitidos) na área foi de 311 vagas, crescendo 0,90% em relação a junho. O estoque de postos, de 34.455, é o maior já registrado desde janeiro de 2005, superando dois picos seguidos, atingidos em maio e junho.
Os dados, obtidos com base no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), foram compilados pelo Observatório do Trabalho e divulgados ontem pela Secretaria Municipal do Trabalho e Emprego (SRTE) de Curitiba. O aumento de julho, resultado de 2.943 admissões e 2.632 desligamentos, demonstram, para a SRTE, um “aumento expressivo” no setor.
Segundo o vice-presidente da área de Política e Relações de Trabalho do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Paraná (Sinduscon-PR), Euclésio Finatti, o setor tem trabalhado forte para a diminuição da informalidade, e os resultados estão aparecendo. Ele projeta que o emprego no segmento, no segundo semestre, deve continuar com números positivos.
“Temos dois pontos a favor este ano: os investimentos para obras públicas por causa das eleições do ano que vem, e as linhas de crédito que estimulam os empreendimentos imobiliários”, analisa, lembrando que a demanda por obras menores, como a construção de casas ou mesmo pequenas reformas, também vem aumentando.
O otimismo do setor não para por aí. Finatti aposta que, mesmo em novembro e dezembro, quando tradicionalmente ocorrem mais demissões do que contratações, o saldo do emprego deve ser positivo.
Desde 2005, os dois últimos meses de cada ano apresentaram saldos negativos. “As obras estão em andamento. Não há nada parando ou terminando. Na pior das hipóteses, o saldo será zero”, prevê.
Os dados do Observatório do Trabalho mostram que, no acumulado de 2009, o saldo de novas vagas na construção civil, em Curitiba, ficou em 2.225 postos de trabalho.
Já no acumulado dos últimos 12 meses, o saldo é menor: 1.005 empregos formais. Nos 12 meses imediatamente anteriores, o saldo tinha sido de 4.707 vagas.
Em julho, os subsetores da construção civil que tiveram os melhores resultados em Curitiba foram a construção de rodovias, ferrovias, obras urbanas e obras de arte especiais, com 194 novas vagas, e incorporação de empreendimentos imobiliários, com 82 vagas.