Bancários de Curitiba intensificaram ontem a mobilização iniciada na última terça-feira, em nível nacional. O prédio da administração central da Caixa Econômica Federal no Paraná, na Praça Carlos Gomes – onde trabalham cerca de 1,5 mil pessoas – e a agência do Banco do Brasil, também na Carlos Gomes, ficaram fechados pela manhã, e o atendimento ao público só foi iniciado ao meio-dia.
Ontem foi o terceiro dia de protestos. Na terça-feira, seis agências bancárias do centro de Curitiba ficaram fechadas pela manhã e, na quarta-feira, foi a vez de outras sete abrirem as portas apenas ao meio-dia. Segundo o Sindicato dos Bancários de Curitiba e região, as paralisações devem prosseguir até a próxima segunda-feira, dia 25, quando os bancários realizam assembléia para definir o formato da greve: 24 horas, 48 horas ou por tempo indeterminado. A categoria vem negociando com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) desde o dia 10 de agosto, mas até agora não houve avanços.
Os bancários pedem a reposição da inflação acumulada nos últimos 12 meses (2,85%), aumento real de 7,05% e melhoria da PLR – que passaria dos atuais R$ 800,00 mais 80% do salário para R$ 1,5 mil mais 100% do salário -, além de 5% do lucro líquido da instituição, distribuído linearmente para todos os funcionários. Também reivindicam o aumento do piso da categoria, hoje em R$ 839,93, para R$ 1,5 mil, de acordo com o previsto pelo Dieese. Já os banqueiros propuseram índice zero de reajuste para os próximos dois anos – ou seja, uma nova negociação salarial só ocorreria em 2008.
?Os bancários conhecem os lucros exorbitantes dos bancos?, comentou José Paulo Staub, presidente em exercício do sindicato e funcionário do Banco do Brasil. Segundo ele, a proposta de índice zero de reajuste para este e para os dois próximos anos caiu como uma bomba para os bancários, principalmente os dos bancos públicos. ?Nós, trabalhadores, relembramos os anos 90s, não aceitamos a repetição do aumento zero. A Fenaban está copiando a proposta indecente que era aplicada aos bancos públicos no passado?, criticou.
Deflagração de greve
Na próxima segunda-feira, os bancários realizam assembléia, às 19h, na Sociedade Thalia (Comendador Araújo, 338) para debater a deflagração da greve no dia 26. ?Estamos prevenindo a população de que no dia 26 iremos entrar em greve ou por 24 horas ou por tempo indeterminado?, salientou Antonio Luiz Fermino, secretário geral do Sindicato dos Bancários da Grande Curitiba. A última grande greve da categoria ocorreu em 2004 e durou 28 dias.