À espera do encontro do Comitê de Política Monetária (Copom), que ocorre terça e quarta-feira, os economistas do mercado financeiro mantiveram suas projeções para a Selic (a taxa básica de juros) para o fim de 2018 e de 2019.
O Relatório de Mercado Focus trouxe nesta segunda-feira, 30, que a mediana das previsões para a Selic este ano seguiu em 6,50% ao ano. Há um mês, estava no mesmo patamar. Já a projeção para a Selic em 2019 permaneceu em 8,00% ao ano, igual ao verificado há quatro semanas.
No caso de 2020, a projeção para a Selic seguiu em 8,00% e, para 2021, também permaneceu em 8,00%. Há um mês, os porcentuais projetados eram de 8,00% para ambos os anos.
Em 20 de junho, o Copom manteve a Selic no patamar de 6,50% ao ano. Na decisão, o colegiado não deu sinais de que vai manter a Selic neste nível nos próximos meses, ao contrário do que fez na reunião anterior, de maio. O Copom procurou ressaltar que as próximas decisões sobre juros dependerão da evolução da atividade, dos riscos para a inflação e das projeções para os índices de preços. Isso foi reiterado tanto na ata do Copom quanto no Relatório Trimestral de Inflação (RTI), divulgados no fim de junho. Na próxima quarta-feira, o colegiado decidirá o novo patamar da Selic.
Para o grupo dos analistas consultados que mais acertam as projeções (Top 5) de médio prazo, a mediana da taxa básica em 2018 seguiu em 6,50% ao ano, igual ao verificado um mês antes. No caso de 2019, a projeção do Top 5 para a Selic seguiu em 7,63%, ante 7,88% de quatro semanas atrás. No caso de 2020, permaneceu em 8,50% e, para 2021, também em 8,50%. Há um mês, estavam em 9,00% para 2020 e 2021. (- fabricio.castro@estadao.com)
Câmbio
O relatório de mercado Focus mostrou manutenção no cenário para a moeda norte-americana em 2018 e 2019. A mediana das expectativas para o câmbio no fim deste ano seguiu em R$ 3,70, mesmo valor verificado há um mês.
Para 2019, a projeção para o câmbio no fim do ano permaneceu em R$ 3,70, ante R$ 3,60 de quatro pesquisas atrás.
Superávit comercial
Os economistas do mercado financeiro alteraram a projeção para a balança comercial em 2018 na pesquisa Focus. A estimativa de superávit comercial passou de US$ 57,50 bilhões para US$ 58,06 bilhões. Um mês atrás, a previsão estava em US$ 58,28 bilhões. Para 2019, a estimativa de superávit foi de US$ 49,30 bilhões para US$ 49,15 bilhões, ante US$ 49,70 bilhões de um mês antes.
Na estimativa mais recente do BC, atualizada no Relatório Trimestral de Inflação (RTI), o saldo positivo de 2018 ficará em US$ 61,0 bilhões.
Conta corrente
No caso da conta corrente, a previsão contida no Focus para 2018 passo de déficit de US$ 20,00 bilhões para déficit de US$ 19,80 bilhões, ante o resultado negativo de US$ 20,00 bilhões projetado quatro semanas antes. Para 2019, a projeção de rombo seguiu em US$ 31,00 bilhões. Um mês atrás, o rombo projetado para o próximo ano era de US$ 35,95 bilhões.
Investimento Direto no País (IDP)
Para os analistas consultados, o ingresso de Investimento Direto no País (IDP) será mais do que suficiente para cobrir o resultado deficitário, tanto em 2018 quanto em 2019. A mediana das previsões para o IDP em 2018 permaneceu em US$ 67,50 bilhões, ante US$ 70,00 bilhões de um mês atrás. Para 2019, a expectativa seguiu em US$ 70,00 bilhões, ante US$ 76,60 bilhões de um mês antes.
O BC projeta déficit de US$ 11,5 bilhões em transações correntes em 2018 e IDP de US$ 70,0 bilhões.
Déficit primário
O Relatório de Mercado Focus trouxe mudança na projeção para a área fiscal em 2018. A relação entre o déficit primário e o Produto Interno Bruto (PIB) este ano aumentou de 2,00% para 2,05%. No caso de 2019, permaneceu em 1,50%. Há um mês, os porcentuais estavam em 2,10% e 1,50%, respectivamente.
Já a relação entre déficit nominal e PIB em 2018 seguiu em 7,40%, conforme as projeções dos economistas do mercado financeiro. Para 2019, foi de 6,95% para 6,90%. Há quatro semanas, estas relações estavam em 7,20% e 6,80%, nesta ordem.
O resultado primário reflete o saldo entre receitas e despesas do governo, antes do pagamento dos juros da dívida pública. Já o resultado nominal reflete o saldo já após as despesas com juros.
Desde o início de julho, as projeções do mercado para o déficit primário e o déficit nominal são publicadas no Focus.