Porto Alegre (AE) – Trabalhadores demitidos de empresas de calçados, móveis e máquinas agrícolas devem começar a receber, dentro de 30 a 40 dias, a primeira de duas parcelas adicionais de seguro-desemprego, disse ontem o ministro do Trabalho, Luiz Marinho. A medida foi aprovada pelo Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat) na terça-feira (18) e atende a uma reivindicação da Central Única dos Trabalhadores (CUT), metalúrgicos e sapateiros, para amenizar a crise nesses segmentos.
O presidente do Codefat, Remígio Todeschini, explicou que os trabalhadores serão avisados do benefício pela Caixa Econômica Federal (CEF). O Ministério do Trabalho prevê que o pagamento atingirá 77 mil trabalhadores, com desembolso de R$ 72 milhões. Todeschini disse que os setores foram escolhidos porque atravessam uma crise localizada de produção decorrente do câmbio.
No caso dos sapateiros, as parcelas serão pagas aos demitidos entre 1.º de janeiro e 30 de junho de 2006. Todeschini lembrou que o período complementa o mesmo benefício concedido ano passado aos que perderam o emprego entre janeiro e dezembro. O pagamento deve somar R$ 39,22 milhões e beneficiar 43 mil trabalhadores.
No segmento de móveis (com predominância de madeira), as parcelas atingirão demitidos entre 1.º de janeiro e 30 de junho de 2006. Nas indústrias de máquinas e equipamentos para a agricultura, os beneficiados serão os que perderam o emprego entre 1.º de janeiro de 2005 e 30 de junho de 2006.
Marinho visitou ontem a fábrica da General Motors em Gravataí (RS) e, à tarde, foi a Santa Rosa, no noroeste gaúcho, para anunciar a medida aos funcionários do setor de máquinas agrícolas.