São Paulo – O seguro anti-apagão terá um reajuste de 28,46% a partir da próxima segunda-feira (29). A tarifa, que hoje é de R$ 0,0066 kWh/mês, passará para R$ 0,0085 kWh/mês. Para fazer uma estimativa de quanto será o impacto desse aumento na conta de luz, o consumidor deve pegar o item ECE (Encargo de Capacidade Emergencial), que vem discriminado na fatura, e aplicar o percentual.

O reajuste será autorizado pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) e valerá pelos próximos três meses de cobranças das contas mensais de energia. O último aumento havia sido aplicado no final de junho, quando o seguro subiu 15,78%.

O seguro anti-apagão é cobrado de todos os consumidores de energia elétrica no País, com exceção daqueles considerados de baixa renda.

Exportando energia

O sistema elétrico do Sudeste “exportou” quase 2.500 megawatts na quarta-feira para a região Sul – mais de 30% das necessidades de energia dos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul -, com o objetivo de assegurar a oferta de energia elétrica na região. As informações são do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).

A produção de energia das usinas hidrelétricas do Sul do País encontra-se em níveis inferiores aos normais por conta de uma severa estiagem. Técnicos do setor elétrico descartam, contudo, uma ameaça ao suprimento de energia elétrica na região. “Há várias alternativas para suprir o Sul. Mesmo que ocorresse a pior seca do milênio na região, o fornecimento de energia elétrica não estaria ameaçado”, garantiu um técnico.

Segundo ele, existe uma capacidade de transferência de energia entre as duas regiões, por meio de linhas de transmissão de 2,8 mil MW -que será elevada para 4 mil MW até fevereiro de 2004.

Térmicas

Além disso, há quase 2 mil MW de capacidade instalada em termoelétricas localizadas no Sul do País. Essas térmicas não estão fornecendo energia devido ao custo de produção, mas poderão ser acionadas em caso de necessidade. Há ainda, como alternativa, a possibilidade de importar até 2 mil MW da Argentina.

Anteontem (25), a Tractebel anunciou que reduziu a produção da hidrelétrica de Itá para 15% de sua capacidade, de 1,45 mil MW. Outra usina da empresa, Machadinho, está parada há 20 dias. De acordo com o técnico, a situação vivida pelas duas hidrelétricas é um caso extremo. “Há uma redução da produção em toda a região por causa da estiagem, mas o fato é que as duas usinas foram construídas no mesmo rio, o Uruguai, o mais afetado pela estiagem”, disse o técnico. Além disso, a usina de Itá, que funciona pelo sistema de fio d?água – não tem reservatório – foi afetada pela redução do reservatório de Machadinho. Segundo o técnico, já houve uma elevação do nível do reservatório de Machadinho de 3% para 9%.

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