Para o presidente reeleito do Sindiseg/PR (Sindicato das Empresas de Seguros Privados e Capitalização do Paraná), João Gilberto Possiede, o quarto lugar no ranking nacional – com a fatia de 4,9% – se deve às transformações econômicas do Estado. “É conseqüência do Paraná deixar de ser essencialmente agrícola, passar por uma fase pré-industrial (transformação de soja em óleo, por exemplo), para se tornar industrial, com a Cidade Industrial de Curitiba e o pólo automotivo”, comenta.
“Tudo que veio junto com as montadoras fez com que o volume de seguros contratados aumentasse. Aconteceu também um movimento de migração, com aumento da população, da renda, do número de moradias, de automóveis… Com isso cresceram os seguros de vida e acidentes pessoais”, cita. Em 2002, as seguradoras do Paraná acreditam na consolidação do quarto lugar no ranking brasileiro. “Num País em processo de desenvolvimento, com a economia que nós sabemos estar estável, o seguro vem junto. Seja na hora de comprar um bem, apartamento ou automóvel, ou ao constituir família, pensando em previdência”, exemplifica.
Produtos
Segundo Possiede, os índices de crescimento do setor são puxados pelos seguros de automóveis e de saúde. Só os veículos representam 30% do total de seguros contratados. “No rastro da saúde, vem a previdência privada. Com a previdência social falida, cada vez mais a população busca se socorrer”, destaca o presidente do Sindiseg/PR, empossado ontem para o quarto mandato consecutivo, que termina em 2005.
Além das modalidades tradicionais de seguros, outros produtos vêm ganhando espaço. É o caso do seguro-garantia, que tem por objetivo o cumprimento de contrato tanto em obras públicas quanto privadas. “O seguro-garantia se fortaleceu a partir de 94, com a sanção das novas leis de licitação e contratação de obras e serviços públicos (8666 e 8883). O crescimento é reflexo mais das concessões, como geração de energia e rodovias pedagiadas, do que das privatizações”, relata Possiede.
As áreas de previdência complementar e de capitalização, que compõem o mercado segurador, também tiveram bom desempenho no Paraná em 2001. Os planos tradicionais de previdência e o PGBL (Plano Gerador de Benefícios Livres) arrecadaram respectivamente R$ 480,9 milhões e R$ 290,1 milhões. Já as comercialização dos títulos de capitalização rendeu R$ 286,8 milhões. As sessenta empresas de seguros e capitalização que atuam no mercado paranaense geram 10.500 empregos diretos e indiretos. (Olavo Pesch)
