Mais problemas para a gigante italiana Parmalat. Um dia após a empresa ter dado entrada com um pedido de concordata, empresas internacionais de seguros disseram possuir bônus não-pagos pela companhia de laticínios e pediram o controle de unidades da Parmalat nas Ilhas Caymann.
Essa é a primeira ação pública de credores da empresa para tentar recuperar parte dos milhões de dólares em investimentos, ameaçados pela crise na companhia italiana. As seguradoras deram entrada no Tribunal Supremo das Ilhas Caymann e pediram a liquidação judicial das subsidiárias Food Holdings e Dairy Holdings. Jefferson-Pilot Life Insurance, Monumental Life Insurance, New York Life Insurance & Annuity, Principal Life Insurance, Transamerica Occidental Life Insurance e Transamerica Life Insurance querem o controle das subsidiárias Parmalat.
Fiscais italianos investigam uma suposta fraude no oitavo grupo industrial da Itália, após encontrarem um rombo financeiro que poderia superar os 10 bilhões de euros, ?um desastre vergonhoso?, segundo o ministro italiano da Agricultura, Gianni Alemanno. Cerca de 20 pessoas, incluindo o ex-presidente-executivo e fundador da empresa, Calisto Tanzi, estão sendo investigados, sob acusação de fraude, contabilidade falsa e manipulação dos mercados.
Tanzi não compareceu ao tribunal onde deveria depor sobre a denúncia de fraude da empresa e, segundo uma fonte ligada à família, citando um dos advogados do caso, Tanzi e seu filho Stefano estão fora do país para descansar da pressão em relação a uma possível fraude contábil. ?Eles não fugiram do país?, disse a fonte citando o advogado da família, que não quis informar onde ambos se encontravam.
Pedido de proteção
Como era esperado, a Parmalat entrou com o pedido de proteção contra credores sob as novas regras estabelecidas pelo governo italiano. Dois grupos de investigadores estão prontos para analisar os livros da empresa para verificar o estado da contabilidade após a alegação de falsificação de números.
Segundo o decreto assinado na terça-feira pelo governo italiano, a administração central italiana poderá imediatamente indicar Enrico Bondi, diretor executivo da companhia de laticínios, como administrador.
Ele será responsável por traçar um plano de reorganização para ser aprovado pelo governo e decidir se venderá ou não determinados ativos da Parmalat.
