A Volkswagen vai cortar em 2009 todos os trabalhadores terceirizados, contratados por agências de emprego. A informação foi dada pelo presidente da empresa, Martin Winterkorn, em entrevista à revista alemã Der Spiegel. A subsidiária brasileira informou que o anúncio não afeta o País, porque não há terceirizados na linha de produção.
Perguntado sobre quantos seriam os terceirizados ao final de 2009, Winterkorn confirmou que não restaria nenhum empregado subcontratado. Segundo a revista, em dezembro de 2008, eram 16.500 mil trabalhadores com esse tipo de contrato. A resposta do executivo foi direta: “Não empregaremos nenhum. Isso é terrível para as pessoas afetadas. Mas não há outra solução.” A frase de Winterkorn surpreendeu. Até agora, a empresa evitava fazer previsões sobre possíveis cortes. Recentemente, o diretor financeiro da Volks, Hans Dieter Pötsch, advertia que teria de “desligar a maioria” se a conjuntura não reagisse.
Só na Alemanha há perto de 4.500 trabalhadores com contratos terceirizados. O Brasil e os países do Leste Europeu concentram um grande número de temporários, cujos contratos têm prazo de validade.
As vendas da primeira montadora da Europa diminuíram cerca de 15% em janeiro. A empresa prevê para 2009 uma queda de 10%. “Com redução de jornada de trabalho, conseguimos não produzir reservas de carros. Temos uma semana de trabalho de 35 horas que podemos reduzir a até 28 horas. Podemos também limitar a produção e garantir (a manutenção) do pessoal fixo. Para este ano, não vejo nenhum problema”, disse à Der Spiegel.