Mandando um recado velado aos dez governos estaduais que já se candidataram a recursos do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci), o ministro da Justiça, Tarso Genro, disse nesta segunda-feira (10) que se a prorrogação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) não for aprovada no Senado, terá de "rebolar" e cortar recursos do programa, eleito como o principal de sua gestão. "Se eu não tiver R$ 6,7 bilhões a partir do ano que vem para aplicar no Pronasci, eu vou ter que rebolar. Vou ter que fazer uma série de químicas para que ele seja mantido com menos recursos e, portanto, despotencializado", declarou Genro após uma cerimônia que celebrou o Dia Internacional da Corrupção.
O Pronasci disponibilizou a 11 Estados cujas capitais registram altos índices de violência recursos orçamentários para reforma e construção de presídios e diversos programas dirigidos a jovens entre 15 e 29 anos em situação de risco social ou em conflito com a lei. A busca do apoio dos governadores é uma das estratégias do governo na briga pela prorrogação do imposto.
Genro defendeu que o tributo, pelo menos em uma primeira fase, mantenha seu poder de arrecadação. "A grande sabedoria que o Senado provavelmente vai demonstrar é aprová-lo e daí negociar com o governo, como está sendo negociado, um processo de reforma tributária, mas que mantenha a CPMF como um imposto importante para as finanças do País".