Segundo presidente do BNDES, investimento na indústria planeja novas plantas

Há um ciclo de investimento na indústria brasileira que "está começando a transitar" do estágio de reequipamento para o de novas plantas, de acordo com o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho. Ele citou que o Brasil vai ter novas unidades em petroquímica, mineração, metalurgia e siderurgia e que ele espera que tenha também plantas novas no setor automobilístico.

Segundo Coutinho, já existem projetos de empresas no banco para unidades novas inclusive no setor automobilístico, sem chegar a informar o nome de alguma empresa nessa situação, devido ao sigilo bancário.

Junto com a infra-estrutura, a indústria foi um dos destaques no desempenho do banco em junho, com crescimento de 38% nos desembolsos em 12 meses até junho, para R$ 30,078 bilhões. No mesmo período, as aprovações de projetos para o setor se elevaram 34%, para R$ 43,890 bilhões.

Finame

De acordo com Coutinho, "o câmbio baixo tem ajudado o ciclo de reequipamento industrial". Ele afirmou que "houve um crescimento expressivo do investimento em máquinas e equipamentos". O programa de financiamento da instituição para máquinas e equipamentos, o Finame, teve crescimento de 50% em valor no semestre e de 46,5% no número de operações no semestre. Os números absolutos do Finame no semestre não foram informados na ocasião.

Coutinho também citou se vão haver novas plantas em agronegócio. "Vamos ter uma quantidade grande em usinas de álcool e açúcar", completou. O BNDES tem acolhido projetos do setor de etanol tanto para as fases de plantio, quanto para a parte industrial e de co-geração. "Aproxima-se o aumento da quantidade de geração de energia em etanol", afirmou Coutinho.

O presidente do BNDES também disse que o principal indicador de investimento em produção – a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), calculada pelo investimento em máquinas, equipamentos e construção civil – deve aumentar "pelo menos 10% este ano". Ele acredita que a taxa de investimento (FBCF em relação ao PIB) está caminhando para perto de 20% do Produto Interno Bruto (PIB) "não este ano, para 2008, para 2009…"

De acordo com Coutinho, o Brasil precisa aumentar sua taxa de investimento para o patamar de 20%, porque isso aceleraria o seu crescimento econômico. A taxa de investimento foi de 16,8% na média do ano passado e de 17,2% no primeiro semestre deste ano, segundo o Boletim de Conjuntura do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) do mês passado.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo