A Petrobras admite que há espaço para a redução nos preços da gasolina e do diesel, mas a decisão não será tomada agora. Segundo o presidente da estatal, José Sérgio Gabrielli, a empresa ainda precisa recuperar as perdas por ter mantido os preços mais baixos durante a escalada das cotações do petróleo nos últimos anos. Segundo cálculos do mercado, a gasolina brasileira está 30% mais cara que nos Estados Unidos e o diesel, 60%.
O diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, disse que, ao câmbio atual, os preços da gasolina e do diesel no Brasil correspondem a um petróleo na casa dos US$ 60 por barril. Ontem, a cotação do óleo leve americano, negociado em Nova York fechou em US$ 34,62 por barril. Já em Londres, o barril do tipo Brent terminou o pregão a US$ 39,55. Segundo Barbassa, o planejamento financeiro da Petrobras para 2009 prevê “algum ajuste” nos preços. Mas isso se o barril mantiver a cotação média anual de US$ 37, usada como parâmetro para o cálculo de fluxo de caixa no período.
Para especialistas, porém, já existem condições para uma queda nos preços internos. A volatilidade das cotações do petróleo caiu bastante este ano, encerrando o ciclo de queda acentuada que levou o barril do recorde de US$ 147, em julho do ano passado, para abaixo dos US$ 40. Em levantamento do banco Merril Lynch, a cotação do Brent, negociado em Londres, se mantém entre US$ 42 e US$ 48 há cinco semanas. “Percebemos que a volatilidade do Brent nos últimos 20 dias é a menor desde setembro de 2008”, dizem os especialistas do banco, em relatório enviado a clientes.
A volatilidade sempre foi usada pela Petrobras como justificativa para postergar reajustes. “Temos de esperar a configuração de um novo patamar de preços”, costuma dizer Gabrielli.