O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, afirmou nesta tarde que a estimativa do Banco Central, por meio de relatório divulgado nesta quinta-feira (21), de que o País já é credor externo desde janeiro (com os ativos do Brasil no exterior superando a dívida externa bruta) é uma conseqüência do bom momento econômico. "É a consolidação de uma informação que já vinha desde o ano passado. Mostra que estamos em um momento excepcional", afirmou o ministro. De acordo com ele, o Brasil cresce com inflação controlada, com emprego em alta e o menor desemprego "em muitos anos".

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Bernardo disse que assim que o IBGE divulgar o resultado do PIB de 2007, no dia 12 de março, "possivelmente nós vamos ter 24 trimestres de crescimento ininterrupto". Na avaliação do ministro, a crise internacional não vai trazer problemas ao Brasil. "Mas temos de estar atentos para continuar melhorando".

Sobre a perspectiva de o Brasil obter a nota "grau de investimento" das agências internacionais de classificação de risco, Bernardo preferiu não fazer estimativas. Disse que as agências já estão discutindo esse tema. "Mas o mercado está vendo os nossos bons resultados. As pessoas, de certa forma, já estão vendo uma espécie de grau de investimento", acrescentou.

A classificação de risco é uma ferramenta usada pelos investidores estrangeiros na hora de decidir em que país irão colocar suas aplicações. Ela reflete o risco que um país tem de não honrar o pagamento de seus títulos. Quanto melhor é a avaliação, menor é o risco e, portanto, maior é a capacidade do país de atrair investimentos. A partir de um determinado patamar de classificação de risco o país é considerado "grau de investimento". Ou seja, o risco de calote é muito baixo.

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Ao ser questionado sobre o comportamento do dólar nesta quinta-feira, que fechou o dia com a menor cotação (R$ 1,711) em relação ao real desde 1999, Bernardo afirmou que o País tem outros mecanismos para contornar essa situação, como a reforma tributária, que será entregue ao Congresso na semana que vem, segundo ele. O ministro também citou a segunda fase da política industrial, que está sendo elaborada pelo governo.