A economia brasileira têm condições de crescer mais que 4,5% este ano, mas isto vai depender de o desempenho da agropecuária melhorar e também da intensidade dos problemas desencadeados pela crise do crédito imobiliário nos Estados Unidos, afirmou o coordenador do Grupo de Acompanhamento Conjuntural (GAC) do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Fábio Giambiagi. O desempenho da agricultura no primeiro semestre registrado pela pesquisa de Contas Nacionais do IBGE decepcionou e, segundo Giambiagi, "há um ponto de interrogação sobre o que pode acontecer com a agropecuária".
Giambiagi destacou que o investimento no conceito de Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) crescerá em média 8% ao ano entre 2004 e 2008, considerando as projeções do GAC para este ano e o próximo. "Isso não é um crescimento espasmódico, é um crescimento sustentado", afirmou. A revisão da projeção para o aumento do Produto Interno Bruto (PIB) este ano de 4,3% para 4 5% foi provocada principalmente pelo desempenho da indústria, que cresceu mais que o esperado, dos investimentos e do consumo, informou Giambiagi.
Na indústria, a estimativa de expansão do setor no PIB foi ampliada de 4,3% para 4,8%. A previsão para o aumento da produção industrial este ano pela pesquisa mensal do IBGE, a PIM subiu de 4,4% para 5,2%, sendo que a estimativa para expansão da produção de bens de capital aumentou de 9,5% para 14,3%; a da indústria de transformação foi ampliada de 4,3% para 5,2%. Já a indústria extrativa teve sua estimativa de crescimento reduzida de 6,5% para 6,1%.
