Estudo realizado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) mostra que, entre 2007 e 2010, 16 setores da economia vão investir R$ 1,050 trilhão. Desse total, a construção residencial responderá por R$ 470 bilhões; a indústria, por R$ 380 bilhões, enquanto outros R$ 198 bilhões vão para o setor de infra-estrutura.
Os números, que estão no recém lançado livro "Perspectivas de Investimentos 2007/2010", confirmam o que muitos analistas vêm dizendo: o aumento dos investimentos industriais está concentrado em poucos segmentos, sobretudo na área extrativa. Para se ter uma idéia, petróleo, gás e mineração respondem por 23% do total apurado, ou R$ 236 bilhões. Siderurgia, papel e celulose e petroquímica, juntos, vão investir R$ 75 bilhões no período, enquanto as áreas mais ligadas ao consumo final, como a automobilística, eletrônica e de fármacos ficam com a fatia de 4 9% do total, ou R$ 49 bilhões.
Energia
Na área de infra-estrutura, a maior parte dos investimentos mapeados é em energia elétrica, totalizando R$ 88 bilhões. Em telecomunicações, o montante projetado é de R$ 59 bilhões, e em saneamento, R$ 38 bilhões. Portos e ferrovias reúnem projetos de até R$ 13 bilhões no período.
O setor da construção residencial, que terá a maior fatia dos investimentos previstos, de R$ 470 bilhões, ganha peso por conta do aumento em curso do crédito imobiliário em um "país que tem necessidade de reduzir seu déficit habitacional", estimado em 8 milhões de unidades.
Sucroalcooleiro
A "nova coqueluche" entre os setores que concentram os investimentos industriais é o setor sucroalcooleiro, nas palavras da diretora da MB Associados Tereza Fernandez. Conforme as projeções do BNDES, esse setor receberá investimentos de R$ 25 bilhões entre 2007 e 2011. O valor corresponde à implantação de 89 novas unidades industriais, das quais 51 já estão em andamento. A média de investimento por usina é de R$ 280 milhões. A base para a ampliação do investimento nesse setor é a expectativa de forte crescimento do mercado externo, sobretudo para o uso do álcool como combustível.
De acordo com o estudo, o Brasil se destaca como o maior produtor do bioetanol, responsável por 36% da produção mundial. O BNDES considera que os custos de produção no País são sensivelmente menores em relação aos demais países (R$ 0 20/litro ante US$ 0,47 nos Estados Unidos, com etanol à base de milho, e US$ 0,97 na Europa, à base de beterraba e trigo). Por conta do domínio da tecnologia e dos custos mais baixos, a tendência é que o Brasil se torne líder mundial no segmento de derivados do etanol.
O levantamento do BNDES teve como base projetos e oportunidades de investimentos identificados pelos técnicos dos Departamentos Operacionais da instituição.