O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, afirmou que 2008 será um ano favorável como está sendo 2007 para a economia brasileira. Segundo ele, o País vai continuar crescendo pela demanda interna, com aumento da renda e do crédito. Em entrevista coletiva à imprensa, após participar de audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, Meirelles não quis fazer previsão sobre o andamento da economia brasileira diante dos efeitos da crise no mercado internacional.

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Segundo ele, o cenário com o qual o BC trabalha é de que o efeito mais provável da atual crise de crédito imobiliário é uma desaceleração da economia norte-americana, afetando de forma moderada a economia mundial. O presidente do BC, contudo, voltou a dizer, como já havia analisado durante a audiência na CAE, que há uma probabilidade, embora menor, de uma recessão na economia dos Estados Unidos, o que teria uma impacto muito maior na economia mundial.

"Mas o ponto importante é que o Brasil está muito mais preparado para enfrentar turbulências", disse, mencionando a melhora dos indicadores de setor externo, inflação e contas públicas. O presidente do BC admitiu que o País não é imune a crises, assim como todos os outros países. Mas afirmou que está melhor preparado. Meirelles ressaltou que o Brasil hoje tem uma pauta de exportações mais diversificada, o que diminui o impacto na economia brasileira de uma desaceleração mais forte da economia norte-americana.

Poupança

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Meirelles disse, em audiência na CAE, que a decisão de reduzir a rentabilidade da poupança tem como objetivo manter o equilíbrio com as outras formas de aplicação financeira. A intenção, segundo ele, é evitar desbalanceamento que resulte em uma concentração do crédito em setores financiados pela poupança, como habitação e rural.

É importante, segundo Meirelles, assegurar fontes de financiamento para outros setores da economia, como a indústria e o consumo.

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Eleições

Ao deixar a CAE, o presidente do BC respondeu a um questionamento sobre a possibilidade de ele se filiar a algum partido político até o final do mês, quando acaba o prazo dado pela Justiça Eleitoral para que os interessados em concorrer às eleições do ano que vem ingressem em algum partido. Em resposta, ele disse: "estou compromissado com o Banco Central".