O ajuste realizado pela economia brasileira com base no tripé responsabilidade fiscal, câmbio flutuante e compromisso com as metas de inflação tem mostrado valor tanto em períodos positivos como em momentos desafiadores, como o atual. A afirmação é do presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles. "O Brasil não desperdiçou o período de bonança e se preparou para uma possível deterioração global", disse, durante evento na capital paulista.

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Meirelles destacou a melhora nos níveis de solvência da dívida brasileira, que, segundo ele, se encontram nos melhores patamares da história. Ele mencionou também a política de acumulação de reservas internacionais, que multiplicaram por 12 nos últimos anos. Segundo o presidente do BC, a economia brasileira interrompeu um mecanismo "perigoso" de vulnerabilidade. "Os ciclos viciosos (do País) fazem parte dos livros de história", afirmou.

Como exemplo, Meirelles destacou que, hoje, quando há uma depreciação cambial, o impacto na dívida é negativo, ao contrário do passado. Ele também ressaltou que o motor da economia brasileira atualmente é a demanda doméstica, com o aumento do crédito, da renda e do emprego.

Por outro lado, o presidente do BC ponderou que ainda existem canais abertos à vulnerabilidade externa. "Ninguém tem a ilusão de que o País estará ou está totalmente imune", afirmou.

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Sobre a crise que atinge a economia dos Estados Unidos, Meirelles observou que os efeitos ainda não são totalmente conhecidos, principalmente no que se refere à capacidade dos bancos norte-americanos de continuarem emprestando.

O presidente do BC participou nesta segunda-feira (18) da premiação "Qualidade em Bancos", realizada na sede da Bovespa.

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