O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse na segunda-feira (05) que a classificação do Brasil como grau de investimento pela agência de rating Standard & Poor?s ?não é uma panacéia que vai resolver todos os problemas do País?. ?Mas, ao mesmo tempo, não é uma maldição cambial?, acrescentou. Ele afirma que, no momento, é difícil prever se haverá ou não uma enxurrada de capitais externos, mas garantiu que o capital especulativo não é bem-vindo. ?O que nós não queremos é que haja fluxo especulativo. Isso não é desejável?, disse Mantega.
Ele admite que a condição de grau de investimento embute o risco de maior ingresso de capitais, inclusive especulativo, em busca de ganho financeiro no Brasil. ?Tem algum risco? Tem. Mas até agora não há. Há apenas uma reflexão, uma possibilidade.? Na avaliação do ministro, é preciso avaliar o comportamento dos mercados para ter um quadro mais preciso em relação ao capital que vem ao Brasil e a eventual adoção de medidas para conter esse movimento. ?Não vamos nos antecipar a um problema que não existe.
O ministro relativiza a questão com o seguinte raciocínio: a crise imobiliária americana atua como fator de inibição do fluxo de capitais. ?Não podemos nos esquecer que existe uma escassez de recursos no exterior devido à crise do subprime?. Adicionalmente, como lembrou, o governo introduziu, em março passado, a alíquota de 1,5% do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) no ingresso de capital estrangeiro para aplicação em renda fixa e títulos do Tesouro. ?O IOF já reduz a rentabilidade do capital de curto prazo?, comentou. Por isso, Mantega disse que ?no momento? não há uma intenção do governo para modificar regras tributárias para afugentar o capital especulativo, como o aumento imediato de alíquota do IOF ou limitar a isenção do Imposto de Renda apenas para os investidores estrangeiros que apliquem em títulos públicos e aceitem deixar o dinheiro no País por mais longo prazo.
