Segundo Mantega, governo pode intensificar compra de dólares

O governo adotou o câmbio flexível como regime, mas pode intensificar a compra de dólares no mercado. A afirmação foi feita pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, que evitou traçar um piso para a cotação da moeda norte-americana em relação ao real.

De acordo com ele, outra medida que pode ter repercussão na formação da moeda é o diferencial de taxa de juros interna com externa. "Mas na véspera do Copom (Comitê de Política Monetária) você jamais arrancará de mim uma opinião. Nem sob tortura", afirmou, em entrevista concedida na Bolsa de Valores de São Paulo.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse hoje que o Banco Central costuma comprar todo o excesso de dólares no mercado para equilibrar a relação entre a oferta e a demanda. "Se o BC comprou US$ 100 milhões recentemente, é porque essa era a diferença", respondeu, quando questionado por jornalistas sobre a atuação mais tímida da autoridade monetária nos leilões de compra da moeda americana.

Ainda sobre o câmbio, o ministro disse que a questão da valorização do dólar não afeta o mercado interno. "Isso nos dá tranqüilidade", afirmou. Para Mantega, atualmente os países emergentes são os mais robustos e o "problema" está entre os avançados. "Os EUA não se queixam, mas eles é que passam por uma crise", considerou.

Inflação

Segundo o ministro, a inflação está sob controle e a demanda, aquecida, mas vem sendo atendida pelo aumento da produção e da importação. "Vemos a capacidade de reação da economia à demanda, mas hoje não há inflação de demanda", garantiu ele.

De acordo com ele, é o cenário positivo para a economia brasileira que o leva a acreditar que o juros vão continuar a cair no longo prazo. "No curto, o Copom chegará à sua conclusão" disse evitando, mais uma vez, dar um sinal sobre o resultado da reunião que termina amanhã. Atualmente, a Selic está em 11,25% ao ano.

Mantega disse ainda que o fluxo de crédito vem crescendo a 25% ao ano (mencionou que em agosto ante agosto de 2006 estava em 24 8%) e que inflação sob controle hoje ainda é um reflexo da política monetária de seis meses atrás. "O efeito monetário de hoje foi plantado há seis meses. Portanto, ainda temos seis meses deste impacto daqui para frente", disse referindo-se ao último corte da taxa básica, realizado em setembro.

"Seja qual for a decisão do Copom amanhã, não atingirá a demanda nem o crescimento", continuou. O ministro disse que o crescimento do PIB em 2007 "está dado" em 4,7% e que o de 2008 deve ser perto de 5%.

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