O diretor do departamento do Mercosul no Itamaraty, Otávio Brandelli, disse nesta segunda-feira, 28, que as sanções a serem aplicadas contra a Venezuela, cuja suspensão do bloco comercial deve ser confirmada no fim desta semana, ainda estão sendo discutidas pelos países-membros. Sobre as declarações vindas do governo uruguaio de que a Venezuela perderá os diretos de voz e voto no bloco, o diplomata ponderou que esse é um tema ainda em aberto.
O prazo de adaptação às normas do protocolo de adesão, dado a Caracas em setembro, vence na quinta-feira, mas o governo de Nicolás Maduro já adiantou que não vai incorporar todas as resoluções à legislação local. Com isso, a Venezuela será suspensa do Mercosul, mas continuará sendo membro do bloco econômico.
Durante participação em debate promovido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), Brandelli destacou que o bloco ainda não bateu o martelo sobre quais direitos serão suspensos e quais serão mantidos. “Isso está em discussão e até a semana que vem deveremos ter um quadro mais ou menos claro se serão suspensos todos os direitos ou se alguns direitos serão preservados”, afirmou o funcionário do Ministério das Relações Exteriores.
Segundo ele, há divergência entre os fundadores da união aduaneira em torno do assunto. O Uruguai, diferentemente de outros parceiros, defende que a Venezuela continue tendo direito de voz. O diplomata informou ainda que não há consenso se o país deve manter direito de voto, participar de reuniões ou indicar candidatos a cargos do Mercosul.