A expansão da produção de bens de capital no segundo trimestre (18,6%) e no primeiro semestre (16,7%), em comparação com os mesmos períodos de 2006, foi de dois dígitos em todos setores, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os bens de capital são basicamente máquinas e equipamentos e o aumento de sua produção é considerado um indicador de alta do investimento.
No primeiro trimestre, a média de crescimento dos bens de capital na comparação com igual período de 2006 foi de 14,8%, mas os bens destinados a transporte (9,5%) e construção (6,6%) ainda não tinham chegado ao crescimento de dois dígitos. No segundo trimestre, os destinados ao transporte tiveram sua produção ampliada em 14,5%, levando à alta do semestre de 12,2%. No caso dos bens de capital para construção, a alta foi de 19,8% no segundo trimestre e de 13,4% no primeiro semestre.
Os bens de capital destinados à agropecuária tiveram crescimento de 52,6% no segundo trimestre, totalizando alta de 31% no primeiro semestre. Houve aceleração do crescimento da produção industrial de bens de capital do primeiro para o segundo trimestre também para indústria de transformação e extrativa (de 14,8% para 18,6%) e para energia (de 12,5% para 19,3%). A única desaceleração foi em relação aos bens de capital para uso misto, cujo crescimento passou de 18,3% no primeiro trimestre para 13 4% no segundo trimestre.
Previsão
A produção industrial crescerá 6,5% no segundo semestre, se mantiver o patamar de junho, segundo cálculo do coordenador de indústria do IBGE, Sílvio Salles. Nesse caso, "a média do ano (2007) seria algo entre 3,9% e 6,5%", afirmou. O cálculo é feito com base no índice da indústria geral que foi de 115 em 2006, de 119,5 de janeiro a junho de 2007 e atingiu 122,4 no mês passado.
O índice do semestre dividido pelo índice de 2006 resultou em 3 9%. Mas, se no segundo semestre a indústria mantiver o nível do índice de junho, de 122,4, a divisão pelo índice de 115, de 2006 resulta em 6,5% de alta. Salles observou que o dado não se trata exatamente de uma projeção e não considera o efeito estatístico de "carry-over", que, de certa forma, leva parte do crescimento do final de um período a aumentar o percentual de expansão do período seguinte.