O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, disse nesta terça-feira (14) que a estatal é tratada de maneira diferenciada pelo mercado, em comparação com empresas privadas. Em palestra realizada no Rio, em seminário sobre os dez anos da Lei do Petróleo, organizado pela Organização Nacional da Indústria do Petróleo (ONIP), o executivo reclamou que a lei é muito mais benéfica para a iniciativa privada.
"A Lei do Petróleo certamente reduziu os privilégios da Petrobras, e hoje somos tratados como a filha da professora. Somos obrigados a ser como as maiores empresas petrolíferas do mundo, mas fomos submetidos a 48 auditorias no Tribunal de Contas da União (TCU) nos últimos três meses", argumentou.
Apesar disso, o executivo afirmou que a empresa será uma companhia integrada e que vai disputar mercado sem precisar de qualquer ajuda do governo. "Nossa expansão é muito competitiva. O problema é que quando afronta a iniciativa privada, somos acusados de estatistas. É importante entender que não estamos estatizando nada. Estamos atuando na Lei do Petróleo, dentro da lei, não para destruir, mas para crescer. É a nossa estratégia, o crescimento", disse.
Crítica sutil
Os comentários de Gabrielli na interpretação dos empresários e especialistas que estavam na platéia convidada pela Onip, teriam sido destinados, principalmente, a responder a crítica sutil, feita pelo presidente da Firjan, Eduardo Eugênio Gouveia Vieira, na abertura do evento: "Me parece que a Petrobras tem hoje mais ativos na petroquímica do que tinha antes da abertura do mercado", disse ao comentar que a estatal também tinha sido beneficiada pela lei do petróleo.
"A única vantagem que houve para a Petrobras foi que nos tornamos uma empresa competitiva", respondeu Gabrielli. Também participam do evento o diretor da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Newton Monteiro, e o presidente do Instituto Brasileiro do Petróleo, João Carlos De Lucca.