A alta do preço do petróleo no mercado internacional e seu impacto nos resultados das companhias aéreas "preocupa muito" a Embraer, mas a fabricante brasileira de jatos não vê sinal de cancelamentos de pedidos, afirmou hoje o vice-presidente financeiro e de Relações com Investidores da companhia, Antônio Luiz Pizarro Manso.
Ontem, os contratos futuros de petróleo com vencimento em junho fecharam acima de US$ 120 por barril pela primeira vez na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex, na sigla em inglês) e tiveram nível recorde também na Intercontinental Exchange (ICE, de Londres).
"Logicamente é um cenário preocupante a subida do petróleo. Chama a atenção e preocupa muito, o que vai impactar nas empresas (aéreas). Tenho certeza que algumas estão diminuindo algumas rotas, afirmou o executivo a analistas e jornalistas durante teleconferência para comentar os resultados da Embraer no primeiro trimestre. E completou: "Até o momento não sentimos nenhum sinal de cancelamento de pedidos. Podemos ter alguns ajustes de entregas, mas até esse momento nada mudou e mantemos as previsões de entregas".
A Embraer entregou 45 jatos no primeiro trimestre deste ano e prevê encerrar 2008 com 195 a 200 aeronaves, além de 10 a 15 jatos Phenom 100, cuja certificação está prevista para o segundo semestre de 2008. A meta para 2009 é de 315 a 350 aviões, incluindo de 120 a 150 unidades dos jatos executivos Phenom, segundo informações da fabricante de jatos.
A carteira total de pedidos firmes da Embraer encerrou março totalizando o valor recorde de US$ 20,3 bilhões. A empresa teve lucro líquido de R$ 63,4 milhões no primeiro trimestre, alta de 8,4% sobre o lucro registrado um ano antes.