São Paulo – O aumento na cesta básica em 2007 foi puxado essencialmente por cinco produtos: o feijão, a carne, o leite, o café e o óleo de soja, cujos preços subiram nas 16 capitais pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
Segundo o economista José Maurício Soares, responsável pela Pesquisa Nacional da Cesta Básica, divulgada nesta segunda-feira (7), o feijão "teve uma alta fortíssima, de mais 200% em algumas capitais". O levantamento aponta que as maiores altas do feijão foram registradas em Natal (222,84%), Fortaleza (214,25%) e Goiânia (199,04%).
O clima, que influenciou a colheita entre os meses de julho e agosto, foi o maior responsável pelo aumento do feijão, explicou Soares. ?A terceira safra do ano passado foi praticamente perdida com a seca bastante forte, de maio até o final de outubro?, acrescentou. O economista previu que a partir de março, quando haverá nova colheita, o preço do feijão poderá cair.
Já para Mariano César Marques, da Gerência de Alimentos Básicos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o feijão não pode ser considerado o ?vilão? do aumento no preço das cestas. E não há necessidade de preocupação com um possível desabastecimento, porque "é muito fácil substituir o feijão por outros produtos".
Ele explicou que ?de modo geral, o feijão teve preço bem baixo pelo menos até 2004, o que desestimulou muitos produtores". A reação no preço, segundo o gerente, "necessariamente não quer dizer que vá haver uma reação no plantio também, mas como o feijão tem três safras, a próxima já pode ser a da reação no plantio".
Os maiores recuos de preços foram os do tomate ? queda de 34,42% em Salvador ? e do açúcar, que registrou -18,49% em Fortaleza. ?A queda nas diversas capitais quer dizer que o mercado já estava abastecido?, afirmou Marques, que disse não ver problemas de desabastecimento a curto ou médio prazo em 2008.