A disponibilidade de gás natural para o mercado interno está estacionada no mesmo patamar já há quase três anos. Segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o total disponível em agosto atingiu 27 401 milhões de metros cúbicos diários, com queda de 0,01% em relação ao registrado em igual mês do passado.
Em agosto de 2005, a oferta estava no mesmo nível, oscilando em torno de 27,646 milhões de metros cúbicos diários. Esse é o total efetivamente colocado para o setor industrial, para as usinas termelétricas e para os veículos (GNV), já que uma parte da produção total é desperdiçada pela queima, outra parcela é reinjetada nos poços produtores ou é utilizada pela Petrobras em suas próprias atividades.
A disponibilidade está abaixo das necessidades do País e reflete as dificuldades da Petrobras de ampliar a produção do combustível, que se mantém abaixo dos 50 milhões de metros cúbicos diários. Esse patamar foi atingido em maio de 2005, quando a produção atingiu 50,288 milhões de metros cúbicos, o nível mais elevado registrado pela ANP, mas vem se mantendo no mesmo nível desde então. A produção de agosto último ficou em 49 821 milhões de metros cúbicos, com aumento de apenas 0,17% em relação ao observado 12 meses antes.
Do total produzido pela Petrobras, cerca de 19,3% são reinjetados nos próprios poços, seja por falta de instalações para o aproveitamento do combustível (como é o caso da Amazônia) ou para aumentar a vazão do óleo bruto. No Brasil, o gás natural é produzido em associação ao óleo bruto. O consumo interno da Petrobras, por sua vez, atingiu 7,823 milhões de metros cúbicos diários em agosto, o que equivale a 15% da produção total. A queima de gás natural, por sua vez, consumiu cerca de 5 milhões de metros cúbicos em agosto, com queda de 0 71% em relação ao observado em agosto de 2006.