O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, afirmou há pouco, em intervenção na reunião plenária do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), que o aumento da taxa Selic, de 0,5 pp para 12,25%, adia a aproximação das taxas de mercado e da TJLP, praticada pelo BNDES, e, por isso, sobrecarrega o banco. Defendeu, por isso, um reforço dos recursos da instituição.
"O BNDES está sobrecarregado de demanda e tem de atender a esta demanda", disse, sem, no entanto, criticar a decisão do Copom, anunciada na noite de quarta-feira. "A inflação está subindo, mas o Banco Central está atento", acrescentou. Coutinho disse que o Fundo Soberano, a ser criado pelo governo, embora ainda demore a entrar em operação, ajudará a política do BNDES.
Na reunião do CDES, Coutinho defendeu a necessidade das empresas ampliarem os investimentos em inovação e no aumento da produtividade, para que possam elevar o salário real sem pressão de custos. Destacou que, em todo pedido de empréstimo, o banco indagará se a empresa investe em inovação. Para ele, será um grande desafio a meta da nova política industrial de elevar as exportações, mas solicitou ao empresariado que continue propondo iniciativas.