A queda de 0,4% na produção industrial de julho, medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), deve ser interpretada como freio parcial no atual processo de crescimento industrial e não como sinal de retrocesso da indústria, que vinha registrando altas seguidas desde setembro do ano passado. "A indústria continua crescendo, mas sem aceleração adicional em sua evolução", afirmou o boletim Análise Iedi, do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial.
O comentário, assinado pelo economista-chefe do Iedi, Edgard Pereira, destaca que os resultados referentes a julho mostram que não há um crescimento econômico explosivo em curso, versão que vinha sendo alimentada, segundo o Iedi, por certos setores e analistas que "pedem uma menor redução da taxa de juros básica da economia na reunião de amanhã do Copom (Conselho de Política Monetária)".
O Iedi observou que no acumulado do ano até julho o aumento da produção industrial não passa de 5,1% sobre o mesmo período do ano passado, "um índice que pode ser considerado bom para os padrões dos últimos dois anos (3%, em média), mas que não retrata um sobreaquecimento da economia capaz de gerar uma forte pressão inflacionária de demanda".