O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) registrou nova alta em novembro, para 87,2%, ante 87% em outubro, segundo a Sondagem Conjuntural da Indústria de Transformação do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre-FGV), divulgada nesta sexta-feira (30). A produção vem sendo sustentada basicamente pela demanda interna, já que o indicador de demanda externa por produtos brasileiros "despencou" em novembro, segundo o coordenador da pesquisa, Aloisio Campelo, "provavelmente já sinalizando uma desaceleração da economia dos Estados Unidos".
O indicador de demanda interna da Sondagem cresceu 3,1% na margem em novembro, enquanto o de demanda externa caiu 7,1%, pior desempenho desde agosto de 2006 (-11,4%). Em novembro, os setores que tiveram maior queda na demanda foram mecânica, material elétrico e de comunicações e material de transportes (este com queda de 29% na demanda externa frente a outubro).
No que se refere à demanda interna, o índice, de 138, registrou o melhor desempenho desde 1986 (quando ficou em 148). Na margem, a alta foi de 3,1%, e na comparação com novembro do ano passado, de 13,9%.
Na avaliação de Campelo, novembro ainda é um mês em que a demanda interna por produtos industriais e o Nuci são fortes, por conta das vendas de fim de ano. Em dezembro, no entanto, a atividade industrial tende a recuar. "Os próximos meses são vitais para sabermos se haverá gargalos na produção", disse o professor do Ibre. É que, se o Nuci continuar em alta, pode de fato indicar que o mercado interno está seriamente aquecido. Convém destacar, segundo ele, que o recuo na demanda externa por produtos brasileiros, se continuar, poderá ajudar a descomprimir o Nuci, parcialmente compensando pressões adicionais de demanda interna.