Segundo a FGV, cimento tem 2ª maior alta do Plano Real

O preço do cimento aumentou 7,20% em outubro ante alta de 3,36% de setembro, conforme levantamento divulgado nesta terça-feira (30) pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), por meio do Índice Geral de Preços ao Mercado (IGP-M). Segundo o coordenador de Análises Econômicas da instituição, Salomão Quadros, a variação do produto observada em outubro foi a segunda mais expressiva desde a implantação definitiva do Plano Real, em junho de 1994.

De acordo com ele, a variação perde apenas para a apurada em dezembro de 2002, quando o preço do cimento subiu 7,83% no IGP-M. Na ocasião, quando a forte alta do dólar levava a moeda norte-americana para níveis muito próximos de R$ 4,00, a maioria dos itens componentes dos IGPs sofreram impactos importantes. Agora, especialistas apontam o aquecimento do setor de Construção Civil como motivo principal.

Entre janeiro e outubro de 2007, a variação acumulada do preço do cimento atingiu 12,74%. Nos últimos 12 meses até outubro, alcançou 12,58%, o que reforça a análise de que os aumentos foram observados mais recentemente. Nos mesmos períodos, o Índice Nacional de Custo da Construção Civil (INCC), que representa 10% do IGP-M, acumulou variações de 5,08% e de 5,64%, respectivamente. Em outubro, o indicador avançou 0,49% ante 0 39% de setembro.

Na avaliação de Quadros, são bastante claros os aquecimentos do mercado imobiliário e do setor de Construção Civil. Segundo ele, porém, não é correto afirmar que a demanda elevada pelo cimento seja o único motivo para o aumento de preços do produto, já que não estão sendo notadas variações de preços semelhantes em outros materiais de construção com importância parecida. "A alta do cimento não aconteceria, se não tivesse um forte aquecimento do setor. Mas vale notar que o preço do produto estava muito defasado", comentou. "Não vemos no restante do setor altas parecidas", acrescentou.

Nas capitais onde o IGP-M é apurado, Salomão destacou que houve uma concentração de altas em cinco delas em outubro. Brasília liderou o ranking, com uma variação de 28,35% no período para o cimento. Na seqüência, vieram Goiânia (28,32%), Belo Horizonte (11,26%), Rio de Janeiro (9,33%) e São Paulo (7,39%). Nas demais o preço do cimento apresentou variações mais comportadas: Salvador (0,33%), Recife (0,27%), Belém (0,84%), Florianópolis (0,49%) e Curitiba (1,09%). Em Porto Alegre o preço ficou estável e em Fortaleza, caiu 0,41%.

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