Depois de tentar, sem sucesso, tornar o Paraná livre da febre aftosa sem vacinação ainda este ano, o governo do Estado lançou, ontem, em Francisco Beltrão, no sudoeste, a segunda etapa estadual da campanha de imunização dos rebanhos.
O período de vacinação começa no dia 1.º de novembro e vai durar o mês inteiro. A expectativa é de que quase 100% das cerca de 9,6 milhões de cabeças de gado do Estado sejam imunizadas no período.
No lançamento da campanha, o secretário da Agricultura e do Abastecimento, Erikson Camargo Chandoha, afirmou que, para manter um índice superior a 98% do rebanho imunizado, será dada atenção prioritária aos pequenos produtores. Por esse motivo, um sítio com cerca de 70 cabeças de gado foi escolhido para dar início à campanha.
Chandoha ressaltou a importância de que o Estado ganhe o status de livre da doença sem vacinação – condição que, atualmente, apenas Santa Catarina tem. “Não só o leite e as carnes ganham valor no mercado, mas também os grãos”, declarou, enfatizando a atuação dos sindicatos rurais, prefeituras e conselhos municipais de sanidade agropecuária, que percorrem as propriedades, conscientizando os produtores da necessidade de vacinar seu rebanho.
O secretário também confirmou que as vacinações deverão ser suspensas, mas deixou o desafio para o próximo governo. Em março, ao solicitar ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) a autorização para a suspensão das imunizações, o então secretário Valter Bianchini anunciou a intenção de melhorar o status do Estado ainda este ano.
Poucos meses depois, porém, já se admitia que o cronograma não poderia ser cumprido. Em agosto, o Conselho Estadual de Sanidade Agropecuária (Conesa), instituição que reúne entidades públicas e privadas, decidiu manter a imunização de novembro. Isso porque foi concluído que uma série de exigências do Ministério não poderiam ser cumpridas a tempo.
Entre as exigências, estão a contratação de veterinários e técnicos agrícolas, a construção de novas barreiras sanitárias e a adequação de todas as já existentes. Mas houve dificuldade já no processo de contratação dos profissionais, já que, em ano de eleição, não foi possível a abertura de concurso público. Concursados aprovados em 2006 foram convocados, mas apenas um quarto deles se apresentaram.