A decisão sobre a venda parcial do Banrisul está no “âmbito discricionário” do governo do Rio Grande do Sul, disse nesta quarta-feira, 11, o secretário estadual de Fazenda, Giovani Feltes. Ele voltou a assegurar que o banco, ativo mais valioso do Estado, permanecerá como estatal, respeitando o limite de venda de 49% das ações ordinárias (com direito a voto). “Nunca tivemos por parte da Secretaria do Tesouro Nacional exigência que envolvesse privatização do Banrisul”, afirmou.
Feltes esteve nesta quarta com a secretária do Tesouro, Ana Paula Vescovi, para tratar do plano de recuperação fiscal que será apresentado pelo Estado. Segundo ele, o tema da oferta de ações do banco estatal não foi abordado durante a conversa no Tesouro nesta data.
Como mostrou o Broadcast (serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado), a avaliação da equipe econômica é de que a União não pode sequer sentar para negociar a adesão do Estado se não houver disposição em colocar todas as estatais à venda. Isso, no caso gaúcho, implicaria a venda do Banrisul. O governo gaúcho, por sua vez, conduziu as negociações para a venda parcial do banco em sigilo – até o Tesouro Nacional foi surpreendido pelo anúncio.
O secretário destacou, porém, que o governo gaúcho segue empenhado nas articulações com a Assembleia Legislativa para aprovar as normas legais necessárias à privatização de três empresas do setor energético: Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), Companhia Riograndense de Mineração (CRM) e Sulgás. Há, porém, um impasse político, já que muitos deputados estaduais se opõem à iniciativa.
Feltes chegou a dizer que, na visão do Estado, um plano de recuperação fiscal “que fique de pé” e que eventualmente dispense recursos de privatização poderia ser aceito. “Mas essa não é situação definitiva, tem que combinar com o outro lado do balcão. O que sabemos é a necessidade de ter ativos garantidores para uma operação de crédito”, afirmou.