Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil |
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Kawall: pressão da sociedade. |
O secretário do Tesouro Nacional, Carlos Kawall, considera que o Brasil não vive uma crise fiscal, mas admite que a sociedade está pressionando para uma revisão nessa área, com redução da carga tributária. Em apresentação em seminário fechado organizado pelo Departamento de Economia da PUC-Rio na manhã de ontem, Kawall apresentou gráficos e tabelas, ?que são conhecidos de vocês (da imprensa)?, mostrando que o Tesouro tem conseguido manter o superávit fiscal na faixa de 4,25% do Produto Interno Bruto (PIB), que é o compromisso assumido pelo governo. Ele disse ser ?desnecessário? elevar esta meta e que o patamar pode ser alcançado através da várias combinações entre receitas e despesas.
O seminário ?Agenda Fiscal Suprapartidária? reuniu alguns dos mais conhecidos economistas do país, inclusive dois ex-ministros da Fazenda (Pedro Malan e Mailson da Nóbrega), além de ex-diretores do Banco Central (Ilan Goldfajn, Alexandre Swartzman) e de chefes do departamento econômico de várias instituições financeiras, como Octávio Barros, do Bradesco. Na avaliação de um dos organizadores, o tema será um dos principais desafios para o próximo governo, independente de ser o presidente Lula ou o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin – o que levou a PUC a promover o evento.
Na visão de Kawall, além dos dados estatísticos, há vários sinais de que o próprio mercado financeiro não vê crise na área fiscal para os próximos anos. Ele citou o sucesso da colocação do bônus Global 2022, emitido anteontem, que teve boa aceitação no mercado financeiro. Ao todo, o Tesouro captou cerca de US$ 300 milhões com taxas de juros de 12,50% ao ano, em reais.
Kawall disse que não poderia falar muito sobre o lançamento, já que a operação está em andamento, o que obriga as autoridades governamentais a manter o período de silêncio. Por não haver ?crise fiscal?, o secretário do Tesouro considera que o momento é ?bom? para se olhar o que pode ser feito nessa área, com mais calma. ?É um bom momento para se refletir sobre o que é melhor para a sociedade, especialmente para a qualidade dos gastos?, complementou.
