Brasília – A corrente de comércio entre o Brasil e os países do Leste da Ásia evoluiu mais de 180% nos últimos dez anos e mantém crescimento consistente também no volume de investimentos, numa ?clara demonstração de que o fluxo comercial continuará se expandindo?. A afirmação foi feita nesta segunda-feira (21) pelo secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Ivan Ramalho.
Japão, China, Coréia do Sul, Malásia, Singapura, Indonésia e os demais componentes do Grupo dos 15 da Ásia do Leste tiveram corrente comercial (compras e vendas) de US$ 39 bilhões com o Brasil, no ano passado, disse o secretário, ao participar da abertura do Fórum de Cooperação Ásia do Leste-América Latina, na Confederação Nacional da Indústria (CNI). O encontro reúne representantes de 33 países, dos quais 15 são asiáticos.
Pelas estimativas de Ramalho, o volume de comércio neste ano deve se aproximar dos US$ 50 bilhões, uma vez que os fluxos de exportações e importações do Brasil com aquela região já somam US$ 27 bilhões de janeiro a julho. O secretário disse que 13% das exportações brasileiras em 2006 foram para a Ásia. Segundo ele, em contrapartida, 21% das compras externas brasileiras tiveram origem naquela região, e o país busca melhor equilíbrio na balança comercial.
De acordo com Ivan Ramalho, os Estados Unidos continuam sendo o maior parceiro comercial do Brasil, fornecendo cerca de 20% das importações do país e comprando cerca de 18% da produção nacional exportada. Entretanto, ressaltou o secretário, ?o Brasil tem interesse na maior diversificação possível do comércio externo, e a Ásia tem peso significativo? nesse processo. Para tanto, lembrou Ramalho, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior organiza missões empresariais à China, Coréia do Sul e Singapura no mês que vem.
Ele manifestou otimismo quanto à possibilidade de o Brasil manter crescimento contínuo nas relações comerciais com aquele bloco econômico, mas destacou a necessidade de maior interação de empresários brasileiros e asiáticos com vistas à identificação das diferenças culturais e do melhor conhecimento dos mercados. Tanto o Brasil quanto os países asiáticos oferecem, no seu entender, ?grandes possibilidades de ampliação comercial?.
Segundo o diretor de Desenvolvimento da Comissão Econômica e Social para a América Latina (Cepal), Osvaldo Kasef, essas oportunidades podem ser levadas também aos demais países latino-americanos.
Kasef disse que a economia da América Latina e do Caribe deve crescer em torno de 5% neste ano, o que se constitui no melhor nível de desenvolvimento regional desde os anos 70. O mais importante é que se trata de crescimento com superávit nas contas externas, o que ?é um feito inédito? na região, acrescentou.