O rombo de R$ 13,25 bilhões nas finanças dos Estados em 2014 e o cenário de retração da atividade têm forçado os governadores a adotar também medidas de ajuste fiscal. Seguindo a cartilha de reequilibrar as contas usada pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, está em formação uma espécie de “corrente” do ajuste fiscal entre os secretários estaduais de Fazenda.

continua após a publicidade

Governadores de partidos do governo e da oposição começaram o mandato com corte de despesas para garantir o cumprimento das metas de superávit primário. O movimento levou as administrações estaduais a seguir um perfil fiscalista semelhante ao que tem sido imposto por Levy em Brasília.

Com o fim das medidas de estímulo dadas pelo governo federal nos últimos anos e a arrecadação de impostos deprimida, muitos Estados terão de promover ajustes tão ou mais fortes do que a presidente Dilma Rousseff. Em 2015, Estados e municípios terão de garantir uma “poupança fiscal” de R$ 11 bilhões, o equivalente a 0,2% do Produto Interno Bruto (PIB) – os R$ 55,3 bilhões restantes virão do governo federal.

Preocupado com os riscos que uma eventual frustração da meta dos Estados pode representar para o cumprimento da meta fiscal da União, Joaquim Levy determinou ao Tesouro Nacional a busca de informações mais completas sobre o quadro das finanças estaduais.

continua após a publicidade

O diagnóstico encontrado pelo ministro desde que tomou posse é de que o governo afrouxou a vigilância que exercia sobre as finanças estaduais e municipais desde o início da renegociação das dívidas, a partir do fim da década de 1990. Esse descontrole provocou uma deterioração fiscal nos Estados semelhante à ocorrida no governo federal. Em dezembro de 2014, ano de eleições, o tamanho do déficit dos Estados – de R$ 11,9 bilhões – surpreendeu negativamente a equipe econômica. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.