O mercado imobiliário na cidade de São Paulo, um dos maiores do País, deverá ter equilíbrio, em 2012, entre os lançamentos e as vendas de imóveis residenciais novos, na avaliação do presidente do Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP), João Crestana. “Avaliamos que 2012 será muito parecido com 2011, com preços estáveis e um mercado sustentável, pela manutenção da geração de empregos”, disse.
Para ele, caso a crise financeira internacional não afete de forma mais acentuada a economia brasileira, a previsão inicial é de lançamentos e vendas em torno de 35 mil unidades, em cada uma das modalidades, no próximo ano. “O setor vem apresentando um crescimento vigoroso, que deverá se sustentar”, disse Crestana, após a cerimônia de divulgação do Prêmio Master Imobiliário, em São Paulo.
Para 2011, o Secovi prevê que apenas os lançamentos cheguem a 35 mil imóveis, montante superior ao total de vendas, que deverá terminar o ano em 33 mil unidades. Em sua avaliação, a concessão de crédito imobiliário em 2012 não deverá apresentar “grandes aumentos” em relação a 2011, embora, diga, o setor deva ser beneficiado pela consolidação do programa Minha Casa, Minha Vida 2, do governo Federal.
Segundo o Secovi-SP, nos primeiros seis meses deste ano as vendas de imóveis residenciais somaram 11.680 unidades, que representam uma queda de 31,3% sobre igual período de 2010. Do total comercializado entre os meses de janeiro e junho, o segmento de dois dormitórios respondeu por 40,3% das vendas, seguido pelos imóveis de três quartos, que participaram com 29,5% do total. O avanço da inflação e as medidas de contenção do crédito tomadas pelo governo no primeiro semestre foram apontadas por Crestana para explicar a desaceleração das vendas no período.
O arrefecimento do ritmo de crescimento do setor se reflete na queda do porcentual de vendas após o primeiro mês de lançamento dos imóveis. Enquanto em 2010 até 25% dos imóveis comercializados eram vendidos em 30 dias, o Secovi projeta um porcentual entre 12% e 13% para este ano. “Para 2012, apenas 10% dos prédios devem ser vendidos no primeiro mês do lançamento”, afirmou.
Como comparação, em 2010, ano de aquecimento do mercado, as vendas somaram 37 mil unidades, número superior aos lançamentos, que totalizaram 35 mil imóveis. “Isso se deu pela crise de 2008 e 2009, que levou as empresas a cancelar ou postergar a construção de imóveis. Por outro lado, as famílias não sentiram a crise e continuaram em busca de imóveis para comprar”, disse. Esse descompasso entre os lançamentos e a procura elevou os preços ao longo de 2010, na sua avaliação.
Segundo Crestana, a tendência para o próximo ano é de que os preços dos imóveis novos e usados acompanhem a alta da inflação, com uma variação positiva adicional entre um a dois pontos porcentuais. Ele diz que as vendas de imóveis de dois ou três dormitórios deverão continuar concentrando até 70% dos negócios.