A falta de chuva segue preocupando os produtores de trigo do Paraná. Depois de um maio seco, junho também registra volumes de precipitação abaixo da média. As informações recebidas pela Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar) são de que o desenvolvimento das lavouras de trigo é bastante irregular. ?Dentro de um mesmo município há lavouras nas quais o trigo germinou bem e outras com problemas. E isso acontece em todas as regiões do Estado?, diz o assessor técnico Robson Mafioletti.
Segundo ele, na região de Londrina alguns produtores ainda estão plantando. ?Vamos ver o que ocorre até o fim do mês. Neste momento ainda é arriscado definir como será a produção.? No informativo desta semana, o Departamento de Economia Rural (Deral) avaliou as lavouras de trigo como ruins e regulares em 77% da área plantada. Até o dia 5, os paranaenses haviam semeado 70% da área estimada para o trigo neste ano, de 992.151 hectares. ?Há lavouras infestadas por lagartas. Sem condições de investir, alguns produtores simplesmente abandonaram a lavoura?, destacou Mafioletti.
Situação no RS
O Rio Grande do Sul, segundo maior produtor do cereal, cultivou 44% da área até a semana passada. De acordo com a Emater, o índice está dentro do esperado para o período e, por enquanto, a umidade não compromete o plantio. Cerca de 40% da lavoura gaúcha germinou sem problemas e as condições são boas, diz a empresa.
A indústria não encontra dificuldades para se abastecer com trigo neste mês de junho. Além dos leilões semanais de produto dos estoques públicos, o desembarque do cereal importado está crescendo em volume nas últimas semanas. As compras foram feitas antes das restrições impostas pelo governo argentino à exportação do trigo em grão.