A estiagem levou os preços agropecuários a subirem 2,74%, sendo o grande impacto na inflação medida pelo Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) em novembro, afirmou nesta segunda-feira, 17, o superintendente adjunto de inflação da Fundação Getulio Vargas (FGV), Salomão Quadros. Entre os grãos, soja e milho foram os grandes vilões, enquanto nos animais bovinos e suínos aceleraram o ritmo de aumento de preços. “Esses movimentos têm em comum o período de seca. Claro que essas commodities têm alguma sensibilidade a câmbio, mas o volume de chuvas ficou mais crítico em outubro”, explicou.

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A ausência de chuvas ocorre justamente no período de plantio da safra 2015, o que torna as preocupações legítimas, avaliou Quadros. Além disso, os pastos têm sido prejudicados, o que tornou os efeitos da entressafra sobre os preços de bovinos mais agudos. “Isso reduz a oferta de animais”, disse Quadros. No indicador deste mês, a soja subiu 3,69%, o milho avançou 7,42% e os bovinos ficaram 4,44% mais caros.

Contudo, segundo o superintendente, há informações de que as chuvas já começaram a normalizar nos locais de plantação, o que pode contribuir para encerrar este recente ciclo de aceleração dos preços de grãos.

Os alimentos in natura também avançaram com a estiagem. Só a batata-inglesa subiu 59,07% no atacado em novembro, mas ainda acumula recuo de 46,61% em 12 meses. Para as próximas semanas, os produtos in natura devem continuar ganhando força. “Eles ainda não concluíram seu ciclo de alta, pode ser que subam mais”, afirmou Quadros.

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No varejo, os alimentos perderam força em novembro. As hortaliças e legumes ficaram mais caras, mas a queda nos preços de laticínios atenuou a pressão sobre o bolso das famílias. Para as próximas semanas, porém, deve haver nova aceleração. “Os alimentos in natura podem avançar. Além disso, as altas registradas nas matérias-primas podem chegar mais à frente”, explicou o superintendente.

Câmbio

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A valorização do dólar ante o real tem pressionado os preços de materiais para a manufatura. Descontando os produtos alimentares (mais influenciados pela alta nas commodities), esse grupo avançou 0,74%, após queda de 0,09%. “É uma aceleração considerável, explicada pelo câmbio”, disse o superintendente, citando segmentos como produtos químicos, celulose e madeira como os mais afetados.