Brasília (ABr) – A falta de chuvas e a queda do dólar estão prejudicando a produção agropecuária, afirma o chefe do departamento econômico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Getúlio Pernambuco. ?Os produtores nesse ano estão recebendo cerca de 27 bilhões de reais a menos do que no ano passado. Um faturamento bruto que em 2004 foi de R$ 124 bilhões de reais para esse ano de 2005 está estimado em R$ 97 bilhões?, afirma.
Ele explica que os preços de comercialização estão baixos devido à oferta mundial de produtos como soja e arroz, por exemplo. Outro fator é a valorização cambial no Brasil. Com o aumento do valor do real em relação ao dólar a formação de preços no mercado interno fica menor já que o preço dos produtos que são exportados pelo Brasil é formado no mercado internacional. ?Como o câmbio está muito defasado isso reduz os preços recebidos pelos produtores rurais no Brasil.?
Segundo Getúlio, para amenizar os impactos é preciso que haja ações do governo no sentido de prorrogar os financiamentos de custeio da safra e também os programas de investimentos. Nos últimos quatro anos os produtores rurais investiram na aquisição de maquinários agrícolas para aumentar a área plantada e a produção. É necessário também uma intervenção da política governamental na comercialização para sustentar os preços de produtos que o mercado não está absorvendo. ?Para que haja efetividade do Plano de Safra para o próximo ano é necessário que os produtores façam essa travessia de ter uma boa comercialização da safra e terem condições de que os financiamentos rurais sejam prorrogados.?
Anteontem, o presidente da Confederação CNA, Antonio Ernesto de Salvo, e o presidente da Comissão Nacional de Crédito da CNA, Carlos Sperotto, reuniram-se com o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, para levar ao governo reivindicação para a área. ?A expectativa é de que haja uma sensibilidade por parte do governo de atender as reivindicações dos produtores rurais na prorrogação dos financiamentos e também da política de garantia de preços mínimos no sentido de que haja uma comercialização dos produtos agrícolas que não traga prejuízo aos produtores rurais?, afirma Getúlio Pernambuco.