A seca que vem atingindo o Paraná desde novembro do ano passado pode provocar, na agricultura, um prejuízo de R$ 4,3 bilhões. Os cálculos são da Federação da Agricultura do Paraná (Faep), que encaminhou, ontem, um relatório ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a outras autoridades.

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O documento cita dados da Secretaria de Estado da Agricultura (Seab), que apontam uma redução de 19% na produção de grãos na safra deste ano, caindo para 26,21 milhões de toneladas, ante 32,21 milhões de toneladas no ano passado.

Além do presidente, receberam o relatório os ministérios da Agricultura, da Fazenda e da Casa Civil, as bancadas paranaenses na Câmara e no Senado e a Assembleia Legislativa.

Para o presidente do Sistema Faep, Ágide Meneguette, a menor circulação de recursos, causada pela redução na colheita, provocará um “efeito multiplicador, enfraquecendo o comércio e a indústria, reduzindo os investimentos, a arrecadação de tributos e destruindo postos de trabalho”.

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A Faep considera, no documento, que o ressarcimento do seguro privado por conta da seca não vai cobrir os prejuízos de parte da produção, nem o pagamento de financiamentos.

A Federação diz que o pagamento estimado em seguros para todo o Brasil – R$ 200 milhões – representa 4,6% das perdas apenas do Paraná. No Estado, avalia a Faep, o produtor com perdas entre 30% e 50% de produção não consegue acessar o sinistro do seguro.

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Levantamentos da entidade também apontam que a pouca quantidade de chuva causou deficiência hídrica em todo o Estado. Por conta do problema, em alguns locais o plantio de trigo ainda não foi iniciado. A cana-de-açúcar apresenta situação semelhante, segundo a Faep.

A Federação também alerta para problemas em itens como milho, trigo, feijão, aves, suínos, café e leite – que estão com preços abaixo do custo de produção -, e também na soja, que estaria com pequena margem.

Propostas

Para tranquilizar o setor, a Faep está propondo que o governo adote medidas, como prever um prazo de espera para o pagamento dos financiamentos, desburocratizar o acesso ao crédito rural, garantir preços mínimos para alguns itens, desonerar o crédito rural, reduzir a taxa de juros em linhas de crédito novas e em contratos antigos e até aprovar um Fundo de Catástrofe e um modelo de seguro rural de renda, entre outras.