Saque em dinheiro com cartões recua 64%

O volume de saques em dinheiro vivo com o cartão corporativo do governo federal recuou 64% em março deste ano, na comparação com o mesmo período de 2006. Segundo levantamento da Controladoria-Geral da União (CGU), com base em dados do Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (Siafi) os saques em dinheiro foram de R$ 786.676,46 durante o mês passado. Entre 1º e 31 de março de 2007, os saques somaram R$ 2.163.083.

A queda já é efeito das medidas restritivas impostas pelo governo, depois da revelação de que os gastos com os cartões corporativos haviam explodido em 2007. A descoberta acabou provocando a demissão de Matilde Ribeiro da Secretaria Nacional de Políticas de Igualdade Racial, campeã de gastos com os cartões entre os ministros, além da abertura de duas CPIs no Congresso.

?Havia, realmente, a facilidade do saque?, admitiu ontem o ministro da CGU, Jorge Hage. ?Embora o decreto anterior já dissesse que era exceção, nós sempre entendemos que a simples referência ao caráter excepcional, sem que fosse estabelecido um limite, não funcionaria. Sempre insistimos pelo estabelecimento de um limite. O que funcionou agora. E, com certeza, a tendência é reduzir ainda mais volume dos saques.

Na avaliação do ministro, os ajustes feitos permitem o aprimoramento dos mecanismos de transparência nesse tipo de gasto do governo. ?O ideal é que consigamos atingir um nível de 80% de transparência em nível de suprimentos de fundos, já que sempre vão restar algumas exceções nos saques em dinheiro, previstas pelo governo para situações excepcionais. Mas, para quem não tinha nada, é uma grande coisa e em pouco tempo.

Em 2007, os gastos com o cartão tinham mais que dobrado em relação a 2006, pulando de cerca de R$ 33 milhões para R$ 75,6 milhões. Dessas contas, mais de R$ 45 milhões foram representados justamente pelos saques em dinheiro vivo.

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