São Paulo concentrou a criação de empregos formais em março

Quase a totalidade dos postos formais criados em março foi gerada no Estado de São Paulo, de acordo com o Observatório do Emprego e do Trabalho, divulgado hoje (4) pela Secretaria Estadual do Emprego e Relações do Trabalho. O levantamento mostra que 98% do saldo de vagas registrado no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), ou 34.231 das 34.828 em todo o País, concentrou-se no Estado.

O estudo, elaborado em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), aponta que os empregos com carteira assinada gerados no mês de março estão fortemente relacionados à sazonalidade do período e se concentram nas áreas de agronegócio, educação e construção civil.

As regiões administrativas que apresentaram o maior número de empregos criados foram Araçatuba, com 11.733 postos, e São José do Rio Preto, com 10.030 vagas. As duas cidades, onde a presença de usinas de açúcar e álcool é marcante, foram responsáveis por 64% dos novos empregos gerados no Estado. Entre os ramos de atividade, os que mais geraram emprego em março foram agricultura e pecuária (13.612 vagas), construção (6.127) e educação (5.654).

Já a indústria da transformação, uma das mais afetadas pela crise financeira mundial, criou 3.431 vagas, mas acumulou saldo negativo de 43.782 postos perdidos nos três primeiros meses do ano. O comércio perdeu 6.806 postos de trabalho no mês de março.

“As vagas criadas em março respondem a movimentos sazonais, ou seja, não significam a retomada do crescimento no Estado de São Paulo”, afirmou o coordenador da pesquisa pela Fipe, Hélio Zylberstajn. Segundo ele, a recuperação do emprego ainda não ocorreu nos setores mais afetados desde o início da crise, como a indústria da transformação e mais recentemente o comércio. “Emprego precisa de PIB (Produto Interno Bruto) e as previsões para o PIB este ano são terríveis”, destacou.