O vice-presidente executivo sênior do banco Santander, Conrado Engel, afirmou que o processo de venda das operações do Citibank no Brasil é um processo de médio prazo que ainda está no início. Mais cedo, ele confirmou o interesse do banco espanhol no negócio.

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Engel afirmou que muitos bancos irão participar das negociações, mas não quis dizer quais outras instituições estão na concorrência. O Itaú também estaria interessado no negócio, apurou o Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.

“Temos ambição de crescer e ganhar market share no Brasil”, afirmou, destacando que o Citibank seria um complemento à operação do Santander no Brasil. O Citibank tem clientes com perfil de alta renda, o que interessa à instituição financeira espanhola.

Após apresentação organizada pela Apimec Rio, Engel lembrou que o Citi é uma operação relativamente pequena pelo “total da nossa operação” no Brasil.

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Luiz Felipe Taunay Ferreira, diretor de relações com investidores do Santander, ressaltou que com a saída do Citibank, o Santander será o único banco estrangeiro com escala no Brasil, “o que traz diversas oportunidades”.

Sobre especulações a respeito de Alexandre Tombini, o vice-presidente afirmou que rumores sobre saída do presidente do Banco Central nunca são bons. “Agora, rumores tem todos os dias, centenas deles. Vamos ver o que se concretiza nos próximos dias, nas próximas semanas.”

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Também afirmou que neste momento não dá para falar se haverá mudanças maiores ou menores na política econômica. “A única coisa que podemos dizer é que temos que esperar nos próximos dias ou semanas quais ações vão ser anunciadas.”

Em relação às crises política e fiscal, destacou que a questão fiscal não é de curto prazo. “Implica algumas medidas como a questão da previdência e outros pontos. É um processo longo.”

Inadimplência

O executivo disse esperar um pequeno crescimento na inadimplência nos próximos trimestres, com elevação do desemprego e a renda em queda. “Mas é controlável. O Santander tem trabalhado muito forte há muito tempo na melhoria dos seus processos, dos seus modelos.”

De acordo com Engel, o Santander teve crescimento nos custos em torno de 3% em 2015, com inflação de mais de 7%. “Gestão de custos é um dos pilares do grupo Santander no mundo. Tem uma preocupação muito grande.”

Sobre a possibilidade de o governo usar as reservas internacionais para abater a dívida pública, o vice-presidente afirmou que se trata de algo muito complexo e que há regras muito bem definidas sobre a utilização. “É algo que tem que ser muito bem discutido.”