O Santander, maior banco da Espanha, informou nesta sexta-feira (01) que está negociando sua filial Banco de Venezuela com o governo venezuelano, após ter tomado conhecimento do interesse desta na unidade, segundo a agência Dow Jones. Ontem, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, anunciou planos de nacionalizar o Banco de Venezuela e disse que seu governo vinha conversando com o Santander há meses, tentando chegar a um acordo amigável.

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O Banco de Venezuela “consegue um grande lucro, mas tira tudo do país”, disse Chávez. O Santander informou que planejava vender o Banco de Venezuela para investidores privados venezuelanos, mas não chegou a um acordo sobre a venda. Os rumores de que o Banco de Venezuela poderia ser vendido a um grupo financeiro local vinham circulando recentemente.

O Santander detém 98,4% do Banco de Venezuela. A participação restante é negociada no mercado acionário local, onde as ações subiram 20% em junho por causa da especulação de uma possível venda. Ontem, Chávez indicou que não deu a autorização para que o banco local adquirisse a filial do Santander. “O governo agora quer comprar este banco; vamos ver quanto custa e vamos pagar”, disse Chávez.

O governo da Espanha, por sua vez, declarou que “não intervirá” no processo de nacionalização do Banco de Venezuela. A vice-primeira-ministra da Espanha, María Teresa Fernández de la Vega, explicou que o Santander está vendendo sua filial na Venezuela e que “não há nenhum problema especial” com relação ao assunto.

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“Há um diálogo e uma negociação e esperamos que em um curto espaço de tempo seja possível conseguir um acordo entre o governo da Venezuela e o banco Santander”, disse De la Vega durante entrevista coletiva concedida em Madri, segundo a Associated Press.

A vice-primeira-ministra espanhola disse ter conversado por telefone com o presidente do Banco Santander, Emílio Botín, que confirmou a ela o processo de negociação para a venda do Banco da Venezuela.

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