O investimento em saneamento no Paraná deverá ser de aproximadamente R$ 2 bilhões nos próximos quatro anos, segundo afirmou hoje o presidente da Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar), Fernando Ghignone. O valor é o custo estimado para ampliar o atendimento com coleta e tratamento de esgoto, que hoje atinge 62% da população do Estado, para 72% até o fim de 2014.
Deste valor, a empresa afirma que investirá cerca de R$ 160 milhões em recursos próprios. O dinheiro restante deverá ser aplicado por agentes como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Caixa Econômica Federal, Fundação Nacional de Saúde (Funasa) e o próprio Governo Federal com recursos do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC).
Ghignone afirma que estão garantidos repasses de R$ 460 milhões vindos do BNDES e R$ 190 milhões dos recursos repassados pela Caixa Econômica Federal, provenientes do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). Também comporiam o investimento R$ 190 milhões previstos no orçamento da segunda etapa do PAC.
O presidente da Sanepar disse também que “em um primeiro momento” o investimento não significará um aumento na tarifa cobrada do consumidor, que já teve um reajuste de 16% no início deste ano.
Ghignone afirma que o aumento diz respeito a uma correção tarifária, uma vez que o valor cobrado dos consumidores não teria tido a correção da inflação durante o governo de Roberto Requião.
“Seria necessário um reajuste de 32% para repor a defasagem. Se o valor tarifário estivesse correto poderíamos ter avançado muito mais”. De acordo com o presidente, a empresa teria deixado de arrecadar cerca de R$ 1 bilhão, valor que seria suficiente para cumprir a meta de expansão do saneamento prevista para os próximos quatro anos.
A universalização da coleta, no entanto, seria um sonho bem mais distante segundo Ghignone. A empresa estima que seria necessário o investimento de R$ 12 bilhões para garantir o atendimento a todos os paranaenses até 2025.
Ações
O valor das ações da Sanepar registrou um crescimento expressivo no início deste ano e passou de R$ 2,50, cotação de dezembro de 2010 para R$ 4,20 neste mês.
Segundo o presidente, teria favorecido a valorização dos papéis a perspectiva de crescimento da companhia, a confiança na nova gestão do governo do Estado e o cumprimento do acordo de acionistas, com ações como a distribuição correta dos lucros. “Na medida em que você não cumpre o acordo, o mercado vê com desconfiança a empresa”, disse.