Saldo recorde da balança faz superávit de US$ 7,8 bi

O saldo recorde da balança comercial brasileira em setembro (um superávit de US$ 2,480 bilhões) fez com que no acumulado do ano até o mês passado o saldo comercial atingisse US$ 7,858 bilhões. O resultado foi anunciado pelo próprio ministro Sérgio Amaral (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), que considerou o saldo da balança em setembro ??muito expressivo??.

Vale lembrar que neste resultado estão contabilizadas duas operações de devolução de aviões, uma em janeiro (US$ 329 milhões) e outra em março (US$ 31 milhões), que são consideradas como exportações. Caso essas operações sejam retiradas do resultado, o superávit recua para US$ 7,498 bilhões.

Segundo Amaral, o superávit obtido no mês é o melhor saldo comercial da história do país, assim como o volume exportado no período, US$ 6,492 bilhões, também é o maior valor mensal já registrado.

Esse volume exportado em setembro foi favorecido pelo registro das vendas de soja, realizadas em meses anteriores, que por problemas técnicos não haviam sido registradas e ajudaram os números do mês passado. A média diária das exportações atingiu US$ 309,1 milhões em setembro, valor 23,5% superior à média diária exportada em setembro de 2001 (US$ 250,3 milhões). Na comparação do valor total exportado no mês, o crescimento em relação ao mesmo mês de 2001 é de 36,5%.

Já as importações somaram US$ 4,012 bilhões, o que significa uma queda de 3,6% em relação a setembro de 2001. A média diária das importações em setembro foi de US$ 191 milhões, o que representa uma queda de 12,7% em relação ao mesmo mês do ano passado. Amaral disse que o Brasil hoje é muito competitivo e que os empresários estão se esforçando para ampliar as exportações. No ano, as vendas externas somam US$ 43,518 bilhões, contra os US$ 44,374 bilhões registrados no mesmo período de 2001, ou seja, uma queda de 1,9%. No entanto, Amaral afirmou que as exportações neste ano devem ficar praticamente iguais às de 2001, apesar de todos os problemas com a Argentina e a queda de 6% dos preços de alguns produtos da pauta exportadora brasileira.

O ministro destacou também a abertura de novos mercados para os produtos brasileiros. No acumulado do ano, as vendas para a Ásia cresceram 20%, sendo que para a Índia, houve um aumento de 120,3% das exportações brasileiras; para o México o crescimento foi de 26%; China, 16,3%; Rússia, 14,2%.

As importações somam no ano US$ 35,660 bilhões, uma queda de 17,3% em relação ao volume de importações do mesmo período de 2001.

Acordo preferencial com a América Central

As autoridades brasileiras desejam um acordo de preferências alfandegárias com os países centro-americanos até o final do ano, quando terão que entregar o poder ao governo vencedor das eleições do próximo domingo. “Um acordo de preferências alfandegárias seria um primeiro passo em direção a um acordo de livre comércio entre o Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai) e os países centro-americanos”, disse esta terça-feira o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Sérgio Amaral.

“Não temos a pretensão de fazer um acordo de livre comércio em três meses com os países centro-americanos (Costa Rica, El Salvador, Guatemala, Honduras e Nicarágua)”, admitiu Amaral à imprensa. O Brasil quer que as preferências alfandegárias sejam “lineares”, ao invés de negociar setor por setor.

A proposta de Brasília é uma redução média de 30-40% das taxas aos produtos centro-americanos, extensível depois ao Mercosul, enquanto pede a estes países que reduzam as suas taxas entre 15 e 20%.

Em outubro e novembro serão realizadas reuniões para negociar este acordo – ainda sem data e local definidos -, que deve ser assinado na Cúpula do Mercosul de dezembro, que será celebrada em Brasília. O Brasil exportou uma média 252 milhões de dólares anuais para este grupo de países entre 1997 e 2001, com um superávit de 232 milhões.

Brasília quer coroar a gestão de oito anos do presidente Fernando Henrique Cardoso com acordos comerciais que incentivem o comércio da região e fortaleçam as ligações dos países, ante o iminente início das negociações da Área de Livre Comércio das Américas (Alca) a partir do próximo ano.

O Mercosul também tem negociado um acordo de livre comércio com a Comunidade Andina de Nações (Bolívia, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela), com o objetivo de que o mesmo esteja pronto para ser assinado na Cúpula do Mercosul de dezembro, a última que será presidida por FHC.

Crescimento

Apesar da desaceleração da economia mundial e do fluxo comercial, o Brasil conseguiu abrir novos mercados ou potencializar os que já existiam. As exportações subiram 20% para a Ásia, 16,2% para a África, 11% para os países da Associação Latino-Americana de Integração (ALADI, integrada pelos países da América do Sul mais Cuba e México), 8,7% para o Oriente Médio, sem contar o Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai).

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