Apesar da exportação recorde de US$ 10,2 bilhões de janeiro a outubro, com crescimento de 24% em comparação ao mesmo período do ano passado, o saldo da balança comercial paranaense vem caindo. Comparando com o mesmo período de 2006, a queda é de 13,3%. Nos últimos três anos a queda chega a 36,67%.
O saldo menor é decorrente do aumento expressivo das importações, que cresceram quase 50% de janeiro a outubro de 2007 em comparação ao mesmo período de 2006. Os itens mais importados pelo Paraná foram produtos químicos (adubos e fertilizantes), petróleo e material de transporte, especialmente carros. Os produtos mais exportados foram complexo soja, material de transporte (carros, caminhões e motores) e carnes (bovinas, suínas e de aves).
Mercado internacional favorável, mais países compradores e novos produtos na pauta de exportação do Paraná são os fatores que determinaram a exportação recorde nos 10 primeiros meses do ano, segundo o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Rodrigo da Rocha Loures.
Nos últimos oito meses, o volume exportado tem batido a marca de US$ 1 bilhão/mês, algo inédito para o Estado. De acordo com Rocha Loures, as indústrias paranaenses fizeram frente ao câmbio desfavorável diversificando a pauta de exportação com a venda de álcool, móveis, têxteis, elétricos e eletrônicos, bebidas e papel e celulose e também buscaram novos países compradores, como Jamaica, República Dominicana, Índia, Emirados Árabes, Angola e Canadá.
Os setores que mais se beneficiaram do aumento das exportações foram aqueles ligados ao agronegócio, que têm tido um desempenho muito favorável. A grande demanda do mercado internacional tem favorecido este setor com valorização das cotações dos principais produtos exportados: soja (57,8%), trigo (52,8%). Os prognósticos para 2008 também são bons no campo, com uma previsão de novo aumento de 1,7% na próxima safra.
Rocha Loures lembra que no Paraná a agricultura tem um grande efeito multiplicador, impactando positivamente a indústria de alimentos e de máquinas e implementos agrícolas. Foi a agricultura também que absorveu grande parte dos produtos importados. De acordo com análise do Departamento Econômico da Fiep, cerca de 10% das importações são de insumos para a agricultura, especialmente adubos e fertilizantes.