O salário mínimo do trabalhador do País deveria ter sido de R$ 2.023,89 em agosto para que suprisse suas necessidades básicas e as da família, conforme estudo divulgado hoje pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). A constatação foi feita por meio da utilização da Pesquisa Nacional da Cesta Básica do mês passado, realizada pela instituição em 17 capitais do Brasil.
Com base no maior valor apurado para a cesta no período, de R$ 240,91, em Porto Alegre, e levando em consideração o preceito constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para garantir as despesas familiares com alimentação, moradia, saúde, transportes, educação, vestuário, higiene, lazer e previdência, o Dieese calculou que o mínimo deveria ter sido o equivalente a 3,97 vezes o piso vigente no Brasil, de R$ 510.
O valor é superior ao calculado para julho, de R$ 2.011,03, e para agosto do ano passado, de R$ 2.005,07. Em agosto, para adquirir uma cesta básica, o trabalhador que ganha salário mínimo precisou cumprir, na média das 17 capitais onde o Dieese pesquisa os preços dos alimentos, uma jornada de 89 horas e 38 minutos. O valor representa um pouco menos de duas horas em relação às 91 horas e 50 minutos de julho. Em agosto do ano passado, era exigido o cumprimento de uma jornada de 96 horas e 37 minutos para que o trabalhador que ganha salário mínimo conseguisse adquirir uma cesta básica.