O salário mínimo do trabalhador brasileiro deveria ter sido de R$ 1.971,55 em setembro para suprir as necessidades básicas e da família, de acordo com estudo divulgado nesta quinta-feira (2) pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). A constatação foi feita por meio da utilização da Pesquisa Nacional da Cesta Básica do mês passado, realizada pela instituição em 16 capitais do País.

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Com base no maior valor apurado para a cesta no período, de R$ 234,68, em São Paulo, e levando em consideração o preceito constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para garantir as despesas familiares com alimentação, moradia, saúde, transportes, educação, vestuário, higiene, lazer e previdência, o Dieese calculou que o mínimo deveria ser 4,75 vezes maior que o piso vigente, de R$ 415,00. Em agosto, o valor do salário mínimo necessário era maior, de R$ 2.025,99, e correspondia a 4,88 vezes o mínimo em vigor. Em setembro de 2007 o mínimo necessário foi estimado em R$ 1.737,16 e correspondia a 4,57 vezes o mínimo oficial (R$ 380,00).

Segundo o Dieese, a retração verificada nos preços dos produtos básicos na maioria das capitais pesquisadas permitiu que o tempo de trabalho necessário para a aquisição da cesta diminuísse. Na média das 16 localidades que fizeram parte do levantamento, o trabalhador que ganha salário mínimo necessitou cumprir uma jornada de 106 horas e 21 minutos, contra 110 horas e 12 minutos exigido para a mesma compra, em agosto. Em setembro de 2007, o trabalhador remunerado pelo salário mínimo precisava cumprir uma jornada de 98 horas e 41 minutos, para adquirir os mesmos bens.

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