Salário menor provoca efeito na Previdência

Brasília – Com a arrecadação das contribuições em queda, o déficit da Previdência Social continua crescendo. Em março, ele atingiu R$ 1,497 bilhão, resultado 11% acima do saldo negativo de R$ 1,347 bilhão de março do ano passado. Em fevereiro, as contas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) já tinham apresentado déficit de R$ 1,069 bilhão. No primeiro trimestre do ano, a diferença entre arrecadação e pagamento de benefícios ficou negativa em R$ 4,356 bilhões, aumentando 13% em relação aos R$ 3,852 bilhões dos primeiros três meses de 2002.

Segundo o secretário de Previdência Social, Helmut Schwarzer, o aumento do déficit é conseqüência direta da queda da arrecadação líquida, provocada pela diminuição real da massa salarial. Em março de 2002, a arrecadação líquida havia sido de R$ 6,140 bilhões, mas no mês passado ela caiu para R$ 5,712 bilhões, uma diferença de 7%.

De acordo com o secretário, a queda da massa salarial não está ocorrendo por causa da diminuição do nível de emprego. Segundo ele, é a inflação que está corroendo, em termos reais, o salário dos trabalhadores brasileiros e, em conseqüência, o valor das contribuições previdenciárias.

A aceleração da inflação também explica a queda, em termos reais, das despesas com pagamento de benefícios, embora em proporção menor do que a redução da receita previdenciária. No período de 12 meses encerrado em março, o valor dos benefícios pagos pelo INSS caiu 3,7%. A despesa real (descontada a inflação) foi de R$ 7,487 bilhões em março de 2002 e de R$ 7 209 bilhões em março deste ano. Sem descontar a inflação, no entanto, a despesa do INSS é sempre crescente. No primeiro trimestre de 2002 ela foi de R$ 18,729 bilhões, tendo passado para R$ 21,577 bilhões nos três primeiros meses deste ano.

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